domingo, 6 de março de 2011

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA PARA B.T

FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA – FACINTER
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL
  


                            
                     
                                               
                                               



PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA PARA B.T



Produção de Conhecimento realizada como requisito parcial para obtenção de nota do Curso de Pós – Graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional, sob orientação da Professora Cleonice Sales e Coordenação da Professora Regiane Banzzatto Bergamo.





Aquidauana – MS
Julho-2010


PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA PARA B.T

  
                                                           
                                                         

INTRODUÇÃO

A produção deste conhecimento, intitulado proposta de intervenção psicopedagógica (para BT) vai de encontro ao anseio dos educadores e em defesa das crianças e adolescentes que apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem. Desse modo, contempla os conteúdos abordados nas disciplinas “Organização do Trabalho Psicopedagógico clinico: elementos de Intervenção e Organização do trabalho psicopedagógico clinico: a Intervenção” orientado a um estudo de caso proposto com a finalidade de ilustrar os acontecimentos apresentados pelos alunos e seus familiares.
A proposta de investigação elege uma situação especifica e representativa da inserção dos alunos com dificuldade na aprendizagem nas classes comuns do ensino regular, configurando uma compilação de análises e reflexões de sujeitos envolvidos na ação educativa. O objetivo desse trabalho volta-se para o reconhecimento da necessidade de formação especifica ou especializada para o trabalho pedagógico e psicopedagógico,assim como da reorganização de práticas para atender a diversidade, em especial para os casos particulares de alunos como B, consideradas indispensáveis para definir as necessidades e a respectiva ação pedagógica que o caso requer. Suscitando o direito e o respeito a singularidades de cada escola e de seus familiares, as hipóteses diagnósticas possíveis, medidas de intervenção; apoio pedagógico ou clinico os métodos para atendimento desenvolvimento de potencialidade do aluno; e a importância da equipe pedagógica nesse processo educacional qualitativo, que abarca uma formação continua de seus profissionais para a avaliação criteriosa sobre o nível do potencial de aprendizagem dos alunos; no intuito de favorecer o seu progresso. Na seqüência , encontram-se as considerações finais e as referencias utilizadas na elaboração deste trabalho.

1 ESTUDO DE CASO E CONSIDERAÇOES ACERCA DA  PROPOSTA DE INTEVENÇAO PSICOPEDAGOGICA


     O termo dificuldades/transtornos de aprendizagem descreve um transtorno neurobiológico pelo qual o cérebro humano funciona ou é estruturado de maneira diferente. Estas diferenças interferem na capacidade de pensar ou recordar. Os transtornos de aprendizagem podem afetar a habilidade da pessoa para falar, escutar, ler, escrever, soletrar, raciocinar, recordar, organizar a informação ou aprender matemática.
     Os transtornos de aprendizagem não devem ser confundidos com outras deficiências como o atraso mental, o autismo, a surdez, a cegueira ou os transtornos de comportamento. Nenhuma dessas deficiências constitui um transtorno de aprendizagem. Para compreender as dificuldades de aprendizagem, é importantes observar cuidadosamente a maneira pela quais as pessoas se relacionam uma com as outras, dentro do contexto familiar e escolar, ou seja, como se dá a interação família / escola e o que emerge dessas relações. Torna-se necessário verificar o tipo de vínculo que parte da criança para o grupo, do grupo para a criança, e do grupo familiar para a instituição escolar.
    Nesse contexto a intervenção psicopedagógica se dá através da ludicidade, onde entendemos que por meio da brincadeira a criança envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com o outro. Ainda que em postura de adversário, a parceria é um estabelecimento de relação. Esta relação expõe as potencialidades dos participantes, afeta as emoções e põe à prova as aptidões testando limites. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de permanecer concentrado e outras habilidades perceptuais psicomotoras. Brincando a criança torna-se operativa.
   Observamos que quando existe representação de uma determinada situação (especialmente se houver verbalizado) a imaginação é desafiada pela busca de solução para problemas criados pela vivência dos papéis assumidos. As situações imaginárias estimulam a inteligência e desenvolvem a criatividade. A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
   A importância da família no desenvolvimento da criança é fundamental, pois a atmosfera que rodeia a mesma é uma variável decisiva para o progresso do desenvolvimento da criança, especialmente quando ela apresenta dificuldades de aprendizagem escolar, os pais devem manter-se próximos e atender a todas as suas necessidades fornecendo todo suporte emocional/afetivo. Segundo Barbosa (ano ?), a psicopedagogia possui ações que tem como objetivo aproximar os aprendizes dos seus processos de aprender, permitindo que tomem consciência de como funcionam e, ao mesmo tempo, encontrem estratégias para superar obstáculos, corrigir ou prevenir dificuldades e, até mesmo, “otimizar” seu percurso de aprendizagem.
   Em Visca (?) compreendemos que a aprendizagem depende das seguintes estruturas: a cognitiva/afetiva/social. Para Visca, a inteligência vai se construindo a partir da interação do sujeito e as circunstâncias do meio social.     Visca, como vimos, reportava-se muitas a Piaget e sua Epistemologia Genética. Piaget – como já vimos - dividiu o desenvolvimento humano em quatro etapas universais, que não são “puladas”, mas vividas de acordo cada sujeito.

1. Estádio da inteligência sensória motora (até os dois anos).
 2. Estádio da inteligência simbólica ou pré-operatória (de 2 a 7-8 anos).
 3. Estádio da inteligência operatória concreta (de 7-8 anos a 11-12 anos).
 4. Estádio da inteligência operatória formal (a partir de 12 anos, com patamar de equilíbrio por volta dos 14-15 anos).

 De acordo com Visca (1991): No primeiro nível que corresponde a inteligência sensório-motora, as ações da criança não têm representação, ou seja, não representa para si mesma o ato do pensamento, há apenas uma mera ação motriz; No segundo nível que corresponde ao da inteligência pré-operatória já existe uma representação ou simbolização. Há claramente uma distinção entre o significante (conduta de imitação, desenho, imagem mental, jogo, palavra) e o significado (situação evocada, objeto representado). Porém o pensamento deste nível não pode organizar os objetos e acontecimentos em categorias lógicas gerais; No terceiro nível que corresponde à inteligência operatória concreta, o pensamento da criança torna-se reversível podendo realizar a operação inversa no pensamento, concluindo que mesmo mudando a forma da massa de bolinha para salsicha percebe que essa transformação não modificou a quantidade do objeto; No quarto nível que corresponde à inteligência formal ou hipotético-dedutiva, o pensamento torna-se independente do concreto, é um pensamento abstrato.
            Segundo Visca (?), ninguém pode aprender acima do nível da estrutura cognitiva que possui. Desse modo, o desenvolvimento cognitivo que implica uma boa aprendizagem não se respalda apenas no aspecto cognitivo. Na Epistemologia Convergente estuda-se a aprendizagem e seus problemas a partir de três vetores: Psicogenética em Jean Piaget ; o afeto em S. Freud e os vínculos sociais em Henrique Pichon-Rivière. A partir desse interesse, Visca construiu uma proposta de diagnostico e sua correspondente de processo interventor ou correto. A Epistemologia Convergente tem uma perspectiva que integra três teorias, possibilitando ao professor/pedagogo/psicólogo pensar/refletir sobre as mais diversas “causas” dos problemas que emergem e aparecem no decurso da aprendizagem e do ensino. A caixa de trabalho foi um recurso desenvolvido por Jorge Visca, psicopedagogo argentino que criou uma Psicopedagogia fundada na Epistemologia Convergente e é um recurso utilizado na prática da intervenção psicopedagógica.A caixa de trabalho  por si só não é eficaz, porém se torna (eficaz se aquele que a utiliza souber manejá-las de forma planejada, organizada e objetiva. A partir dela, podemos analisar a vinculação do sujeito com a tarefa), consigo mesmo, com o psicopedagogo. Será a partir da avaliação da criança, que subsidiará a construção (que materiais colocar dentro dela) dessa caixa. Os objetos especialmente selecionados deverão considerar e respeitar aspectos tais como: idade cronológica e idade de desenvolvimento; interesses; características sócio-culturais; sexo; facilidades e dificuldades; funcionamento para aprender e diferenças funcionais; nível de apropriação da linguagem escrita; vínculos afetivos estabelecidos com as situações de aprendizagem. Além do nível cognitivo e do funcionamento para aprender, é importante que respeitemos os vínculos que as crianças apresentam com as situações de aprendizagem, diz Barbosa (2004).
   Uma Caixa de Trabalho deve ter materiais básicos que servem de apoio ao orientando / aluno: papéis, lápis, apontador, borracha, régua etc. Conforme a necessidade apontada pela avaliação, esta lista pode ser ampliada: cola, tesoura, caneta hidrocor, revistas para recortar, cadernos e outros. Deverá, ainda, conter os materiais de aprendizagem: materiais não estruturados - argila, tinta, massa de modelar etc.; materiais semi-estruturados - peças de encaixe, miniaturas, blocos etc.; materiais estruturados - jogos com regras, jogos com modelos, livros, revistas etc. A Caixa de Trabalho é individual, personalizada. É organizada - levando-se em conta as dificuldades, facilidades e necessidades do educando.

   Visca (1987) nos diz que:
[...] cada caixa de trabalho é única, não apenas porque será usada por um único paciente (individual ou grupal), mas também no sentido de que não há caixas duas iguais, da mesma maneira que não existem dois indivíduos ou dois diagnósticos iguais  (p. 29).


   A caixa deverá ser única porque ela representa uma importância significativa para o sujeito, já que contém objetos que foram escolhidos para ele, os quais intencionam promover: (a superação ou a minimização das dificuldades de aprendizagem).


2 INFORMAÇÕES SOBRE A CRIANÇA E ENTREVISTA COM PAIS DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO - IDENTIFICAÇÃO


Nome: B.T.
Data de nascimento: 07-02-93. 
       B. tem sete anos, mora com a mãe, está cursando o segundo ano e vem apresentando dificuldades de aprendizagem. Durante o diagnóstico operatório, B. apresentou um resultado abaixo do esperado para sua idade cronológica. Para conservação de quantidade, mostrou-se não conservadora, ou seja, não conseguiu perceber que é possível alterar a forma sem alterar a quantidade.
     Ao realizar a classificação de objetos, não conseguiu perceber a semelhança entre eles. Demonstrou que não possui domínio de planejamento, pois não consegue agrupar nenhum critério de classes. B. mostrou, ainda, que não sabe fazer a relação da parte com o todo. Durante as provas operativas foi possível observar dificuldades em organizar e expor seus pensamentos, assim como rigidez para situações de mudanças. Essas dificuldades operativas podem estar interferindo na sua produção escolar, principalmente com relação ao raciocínio matemático.
      Sua lateralidade apresenta-se cruzada (mão e pé = Direita e olho = esquerdo), assim com, mal definida; erra direita e esquerda em si e na examinadora; faz espelhamento de posições e gravuras. Apresenta dificuldade de orientação espacial e percepção visual. Essas dificuldades podem estar aliadas à falta de atenção e concentração. Apresenta bom raciocínio lógico verbal, porém demonstram dificuldades para memorização e para discriminação fonemática, com trocas auditivamente semelhantes. Essas dificuldades podem estar aliadas à imaturidade na percepção auditiva (solicitar exames).
      Nas provas pedagógicas foi possível observar que B. sente “medo” de escrever “errado” e quando lhe solicitei para escrever palavra simples como “boneca”, ela se retraiu e chorou. Só consegue escrever palavras que já automatizou como: BOLA, OVO. Para copiar, ela sente dificuldades em transcrever as letras de caixa alta para a letra cursiva.
      Ainda não entende a escrita como uma forma de representação gráfica que possui características próprias independente do objeto que representa, ou seja, a palavra trem é maior que telefone. B. revela-se ansiosa, tensa e insegura, principalmente diante de situações em que o resultado depende dela mesma.
      Essa insegurança e ansiedade fazem com que B. nem tente executar ou responder a alguma tarefa que pareça diferente ou nova, dizendo  “não sei”. Portanto, apresenta uma conduta evitativa para o que não sabe ou sente dificuldade. A auto-estima de B.T., no momento, se encontra bastante rebaixada, pois sente que não é capaz de produzir o que lhe é solicitado, tendo que esperar aprovação de outrem para que possa apresentar algum resultado.
     No que se refere à família, foi possível observar bom vínculo com o tio. Quanto ao diagnóstico funcional orgânico, foi possível observar dificuldades em coordenar seus movimentos, o que pode estar vinculado à tensão muscular. 
CONCLUSÃO: trata-se de uma criança com dificuldades de aprendizagem, que podem estar aliadas aos transtornos de saúde que ocorreram numa fase de grande importância para o seu desenvolvimento cognitivo e emocional*. Portanto, os obstáculos funcionais orgânicos, aliados os fatores emocionais, interferem diretamente em seu desempenho escolar. 
INDICAÇÕES GERAIS: Neuro–Pediatra; Exame da percepção da fala; Oftalmologista; Psicoterapia. 
INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: Intervenção Psicopedagógica.
*B, teve um grave problema de saúde e ficou internada dos 2 aos 5 anos de idade. 


3 INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA COM A CRIANÇA E ORIENTAÇÃO
PARA A FAMÍLIA


            A orientação psicopedagógica à família foi realizada nos seguintes tópicos:

1-Incentivo à autonomia, independência e valorização da criança;

2-Auxílio e apoio nas atividades escolares;
.
3-Incentivo para atividades de lazer;

4-Incentivo à leitura e enriquecimento do seu vocabulário;

Com relação à intervenção Psicopedagógica da criança são necessárias dez sessões de intervenção com a criança, que serão apresentadas a seguir:


- Primeira sessão: Confecção de uma caixa.

              O objetivo desta primeira sessão é de que a criança faça sua caixa de trabalho na condição de continente devera possibilitar a aproximação de B.T.à tarefa, contendo, portanto, reativos de conduta adequados aonde serão guardados diversos materiais que serão utilizados para a intervenção  psicopedagógica, materiais comprados prontos e também serão guardados materiais que serão confeccionados por B.T.Objetivando também desenvolver a criatividade, motivação para aprender, elevar a auto-estima, entre outras. Os materiais utilizados na decoração da caixa foram: gliter; cola colorida; etiqueta para nome; canetas coloridas, pincéis atômicos coloridos; tinta guache; folha de sulfite, papel liso de diversas cores; papel com figuras diversas; tesoura; revistas; lápis; borracha; lápis de cor; giz de cera e caixa de papelão.
 O material acima relacionado foi apresentado à criança e explicado que a mesma poderia utilizar o material que quisesse para decorar sua caixa, onde iríamos guardar tudo que produzisse de agora em diante, foi dito a B.T. que poderia pensar e começar do jeito que quisesse B.T.começou decorar sem pedir nenhuma sugestão, foi desenvolvendo sua criatividade, fazendo com muita atenção, satisfação e alegria, o objetivo da sessão foi alcançado. Também foram colocados dentro da caixa diversos tipos de materiais que será utilizado por B.T. nas sessões seguintes.

-Segunda Sessão: Trabalho com sucatas.

            Nesta sessão o objetivo proposto foi de desenvolver a criatividade, o raciocínio e construir o seu conhecimento de forma descontraída. Para realização desta atividade apresentamos sucatas diversas, onde a criança só utilizou os seguintes materiais: caixa de gelatina, tesoura, grampeador, rola de papel de cozinha, tinta guache, folha de sulfite, pincel atômico, perfurador, pincel, copo com água, toalha de mão, papel camurça de diversas cores, papel laminado, fita para enfeite e cola.A atividade consistia em que a criança pudesse criar algo novo ou pensasse em algum objeto para confeccioná-lo, escolheu os materiais acima mencionados e ficou em dúvida sobre o que poderia fazer. Logo em seguida  pegou as caixas de gelatina e foi construindo uma casa; na sessão seguinte deu prosseguimento a construção da mesmo; a criança pintou sua casa e colou recortes de papel camurça e laminado. A sua participação foi com alegria, vontade de criar algo novo, sendo receptivo, tendo apenas dificuldades para se decidir o que iria fazer, porém foi criando com muita criatividade.

- Terceira Sessão: Jogo de montagem do rosto

    O jogo criado prende a atenção das crianças e, ao mesmo tempo, desperta sua necessidade de aprender o que é subir, descer – direita e esquerda. A criança fica com os  olhos vendados, enquanto a psicopedagogo dá as  coordenadas para chegar a um determinado ponto e executar uma determinada tarefa.A tarefa consiste em tatear uma das peças do jogo e descobrir de qual parte do rosto se trata. Após esta identificação, obedecendo às coordenadas da psicopedagogo, a criança deve seguir até o rosto e empregar a peça no local adequado, completando o quadro.  
    Cartolina, tesoura, material aderente (velcro), elástico e lápis de cor ou tinta são os materiais necessários para elaborar este jogo que consiste em um rosto com olhos, boca, nariz e orelhas destacáveis ao qual a criança estaria com os  olhos vendados deveria chegar, com indicações da psicopedagogo que lhe dirá que caminho seguir, orientando-o a colocar cada item no seu respectivo lugar.
    Na cartolina desenha-se um rosto com dimensões suficientemente grandes e coloridas para possibilitar a interação com a criança. Olhos, boca, nariz e orelhas devem ser desenhados e recortados em uma cartolina separada para a aplicação do material aderente atrás e no local onde deveriam estar no rosto. O jogo desenvolveu as seguintes percepções:

-Tato: Quando a criança, com os olhos vendados, recebeu uma peç a do rosto, ela descobriu de qual parte se trata pelo tato. Além disso, o tato serviu para que a criança colocasse a peça no lugar correto.
- Audição: A criança ficou atenta às coordenadas do parceiro.
- Direção: A criança que foi orientada teve noções adequadas de direção para que o objetivo de chegar até o rosto fosse alcançado.
- Lateralidade: A crianças distinguiu quais peças eram a orelha e olho esquerdo e direito para que o rosto fosse montado com perfeição.
-Coordenação motora: Coordenar os movimentos para obedecer à s orientações f oi essencial para o desenvolvimento do jogo.
-Quarta Sessão: Completar uma história e desenhar.

           Teve como objetivo esta sessão o desenvolvimento da linguagem oral e escrita, para enriquecer o seu intelecto, entre outras. Utilizamos lápis preto, borracha, lápis de cor, folha de caderno. A sessão foi realizada da seguinte maneira: lemos o texto para ela e propomos que ela tentasse encontrar palavras que encaixasse ao texto, a mesma falaria e tentaria escrever as palavras onde estava faltando, depois faria uma leitura e poderia desenhar o que a história dizia. Lemos a história sem as palavras que faltava depois a criança foi completando a história dando sentido a mesma e fez os desenhos, sendo que sua reação frente realização da atividade proposta foi de entusiasmo, mas dispersava-se durante a atividade, tendo um pouco de dificuldade ao realizá-la.

- Quinta Sessão: Terminar uma história desenhar e pintar.

          Essa atividade teve como objetivo desenvolver a leitura, a escrita, e reconhecimento das cores. Os materiais utilizados foram: borracha, lápis preto, lápis de cor, giz de cera, canetinha, folha de caderno e perfurador. Colocou-se a disposição da criança uma folha de caderno com uma história iniciada, faltando meio e fim; para que ela terminasse produzindo um meio e fim para a história, também foi pedido para que lesse a história, depois desenhe e pinte. A criança apresentou um pouco de dificuldade na escrita e na leitura precisando de auxílio, mas posteriormente sentiu-se segura, e com auxílio conseguiu finalizar a história dando coerência à mesma.

- Sexta Sessão: Confeccionar o livro das cores.

         O objetivo dessa sessão foi o reconhecimento das cores, reforço a escrita e leitura, e trabalhas as medidas, entre outras. Os materiais utilizados foram tinta guache, folha de papel vergê, pincel, toalha de mão, copo de 50, 100 e 150 ml, água, lápis preto, borracha e computador. Essa sessão foi muito importante porque deu condições para que a criança criasse as cores; a mesma fez desenhos com as cores primárias, depois misturando as cores viu que através dessas misturas novas cores iam se formando; quis escrever os nomes das cores, pórem apresentou dificuldades na escrita, depois fizemos a capa do livro no computador onde a criança ao manusear e achar as figuras que combinassem com seu livro quis escrever seu nome como autor do livro, a produção da criança ficou ótima, sendo que a reação da mesma foi de grande alegria e satisfação por estar manuseando o computador.

- Sétima Sessão: Forma e quantidade

          Nessa sessão a atividade proposta foi a de fazer uma receita de gelatina, objetivando ensinar medidas, formas e quantidades, mostrando assim que é possível mudar a forma sem alterar a quantidade. Objetiva-se também trabalhar a atenção, a percepção e a ansiedade da criança. Foram utilizados os seguintes materiais: uma caixa de gelatina, copo de medida, utensílios de cozinha, água. Comecei a sessão lendo junto à ela a receita da gelatina, depois pedimos que ela colocasse a medida de água solicitada na receita, fizemos a gelatina e B.T. colocou em potes de diferentes tamanhos e medidas, colocando na geladeira aonde ela teria que esperar a sessão seguinte para ver o resultado. Nessa atividade B.T. apresentou-se bastante entusiasmada na realização da tarefa, prestou bastante atenção e como era o objetivo teve uma boa compreensão de formas, quantidades e medidas.

 - Oitava Sessão: Curiosidade. Livro: “O ciclo  da vida da rã”.

          Essa atividade teve como objetivo desenvolver e estimular na criança a pesquisa entre outras. Os materiais usados foram: livros, lápis preto, borracha e caneta. A atividade proposta aconteceu da seguinte maneira: a criança manuseou três livros e expliquei-lhe que esses se chamam enciclopédia e tratam de diversos assuntos, a criança escolheu o livro “O ciclo da vida da rã”, e fez algumas perguntas como: Como elas nascem e ficam grandes? O que comem? Onde dormem? E é verdade que quando ela canta vai chover?
 Respondi todas as perguntas, e após realizamos uma leitura onde a criança acompanhou atentamente observando o painel tridimensional. Quando terminada a explanação a criança obteve mais informações enriquecendo assim os seus conhecimentos; propus a seguir que ilustrasse o texto colocando o que havia entendido. A reação da criança frente essa atividade foi de curiosidade, satisfação e muito empenho.

   -  Nona Sessão:
Jogo da Memória Relacionando palavra figura·

Objetiva: Construir e jogar o jogo juntamente com a criança para melhor fixação das palavras, trabalhando a memória, a percepção visual, o raciocínio, dentre outras coisas.
Material necessário: quadrado de cartolina, revistas contendo variados tipos de figuras, cola, tesoura, canetinhas, papel rascunho, lápis e borracha, computador e impressora. Jeito de Fazer e de jogar: Pede-se à criança que escolha uma figura da revista, recortar e colar num dos quadrados. Escrever o nome da figura a lápis, numa folha rascunho, depois escrever em outro pedaço de cartolina com a canetinha, para reforçar ainda mais, escrever no computador a mesma palavra. Repetir este procedimento tantas for às figuras escolhidas para o jogo. No final imprimem-se as palavras digitadas e deixa a criança levar para casa. Neste trabalho a criança apresentou-se bastante interessada respondendo de forma satisfatória ao objetivo proposto.

- Décima Sessão: Matemática e Jogo.

       A atividade proposta teve como objetivo desenvolver o raciocínio lógico-matemático para enriquecer o intelecto da criança. Materiais utilizados: cubo mágico, lápis preto e borracha. A sessão teve início com o jogo: cubo mágico, onde foram trabalhados: cores, quantidade, subtração e adição. A criança apresentou dificuldades durante o jogo, demorando a responder as perguntas feitas quanto ao jogo; ex: quantas cores o jogo contém? Se tirássemos a cor vermelha quantas cores restariam? Dentre outras perguntas; e em seguida foram trabalhados problemas oralmente, como ex: se sua mãe lhe pedisse para ir ao mercado comprar uma dúzia de ovos, quantos ovos você traria? Respondeu: oito; a participação da criança foi com entusiasmo, prestando atenção.



4 CONSIDERAÇÕES FINAIS



       A psicopedagogia busca as razões das dificuldades do ato de aprender considerando o ser humano em suas múltiplas dimensões. Diante da elaboração dessa intervenção foi possível evidenciar um hipotético estudo de caso, que teve como objetivo avaliar e conhecer os problemas de aprendizagem e elaborar intervenções de forma que possa sanar essas dificuldades, proporcionando a nós acadêmicos, uma visão aprofundada sobre o que é o trabalho psicopedagógico clínico.
Portanto o propósito desse trabalho teórico e prático foi de avaliação, intervenção e orientação para que pudéssemos resgatar a capacidade de aprendizagem da criança. Este trabalho sinalizou que uma avaliação deve ser um processo dinâmico e contínuo. Sendo assim, após as dez sessões de intervenção hipoteticamente realizadas com a criança, foi sugerido que a mesma demonstraria através dos testes aplicados superação de parte das suas dificuldades, no entanto, por seu problema estar ligado ao aspecto emocional, esta criança precisaria de suporte psicopedagógico mais prolongado.















 REFERÊNCIAS



FERNANDEZ, A. A Inteligência Aprisionada: Abordagem Psicopedagógica Clínica da Criança e sua Família. Editoras Artes Médicas Sul LTDA. p.261. 1990.

MACLEOD, T. O ciclo de vida da rã. Blumenau /SC: Copyright, 1996.

PIAGET, J. Formações Jogo e Sonho: Imagem Representação, Rio de Janeiro:

BARBOSA, Laura Monte Serrat. Caixa de trabalho uma ação psicopedagógica proposta pela Epistemologia Convergente, in Psicopedagogia e Aprendizagem. Coletânea de reflexões. Curitiba, 2002.

PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre, Artes Médica, 1985.

WEISS, M. L. L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro, DP&A, 2003.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Trad. Por Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.

PIAGET, Jean. Epistemologia Genética LÉpistémologie Génétique. [1970],Petrópolis: Vozes,1971


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