INCLUSÃO
E AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA DO DEFICIENTE INTELECTUAL NA ESCOLA
Aparecida de Sousa dos Santos
1) Professora
Substituta da UFMS
RESUMO
Este
artigo apresenta uma breve reflexão sobre a inclusão e avaliação
psicopedagógica do deficiente intelectual na escola, partindo de uma síntese
dos aspectos históricos das dificuldades da aprendizagem. A seguir, apresenta
como assunto central o tema: Inclusão e avaliação Psicopedagógica do deficiente
intelectual na escola e classes comuns da rede regular de ensino, bem como, a
contribuição da psicopedagogia na capacitação continuada dos professores. Os
instrumentos ou procedimentos metodológicos usados foram pesquisar em diversas
obras literárias, com uma abordagem qualitativa.
Palavras-chave:
Avaliação psicopedagógica. Inclusão. Deficiente intelectual
INTRODUÇÃO
Inclusão
é um movimento mundial da luta de pessoas com deficiências e de seus familiares
na busca dos seus direitos e lugar na sociedade. Segundo Sassak, até 30 anos
atrás, a questão da deficiência no Brasil era vista sobre a ótica do modelo
médico, que dava as pessoas com deficiência o status de desamparados e
dependentes dos cuidados dos outros, levando vidas inúteis (Sassaki, 1997, p.28).
O paradigma da inclusão vem, ao longo dos anos, buscando a não exclusão escolar
e propondo ações que garantam o acesso e permanência do aluno com deficiência
no ensino comum da rede regular.
Apesar
das discussões acerca das dificuldades de aprendizagem por áreas como a
psicopedagogia e a psicologia, ainda prevalecem dúvidas diante das distinções
conceituais que envolvem o universo da aprendizagem. Além disto, não raramente,
professores e outros cidadãos permanecem com dúvidas acerca das intervenções e
da própria atuação docente diante das crianças com deficiência, distúrbios e ou
dificuldade de aprendizagem, considerando os discursos e ao que [1]vem
se constituindo como inclusão social e escolar de crianças e jovens que
apresentam algum tipo de deficiência, e ainda, da situação de muitas outras que
sempre freqüentaram o regular, mas que não foram e ainda não são bem
compreendidas, as que possuem dificuldades de aprendizagem. A psicopedagogia
surgiu com a proposta de facilitar o acesso à aprendizagem e com o objetivo de
ir mais além, buscando um contato direto com o individuo, esta é uma das razões
pelas quais não se pode deixar de considerar os fatores culturais, afetivos e
cognitivos que ocorrem dentro da família, da escola e da comunidade.
Assim,
a presente pesquisa bibliográfica descritiva realizou-se apoiada em teses
artigos, bibliografias do acervo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(UFMS) e do Grupo Educacional Uninter, com o intuito de verificar o estado da
arte referente ao estudo e trazer informações relevantes para apoio na prática
pedagógica de profissionais da área.
Deste
modo, este artigo está dividido em quatro tópicos, fazendo menção aos aspectos
históricos da dificuldade na aprendizagem na escola inicialmente; para o
segundo tópico reserva uma explanação sobre como utilizar-se dos conhecimentos
da Psicopedagogia para o verdadeiro sentido da inclusão junto à turma toda; no
terceiro encontram-se ajustadas as contribuições da Psicopedagógica para a
realização de avaliações psicopedagógicas no âmbito escolar; restando ao último
tópico denotar sobre a importância da capacitação dos profissionais da educação
para uma efetiva contribuição ao desenvolvimento da criança.
ASPECTOS HISTÓRICOS DIFICULDADE NA APRENDIZAGEM
NA ESCOLA
Ao
longo da história, são perceptíveis as dificuldades que as pessoas com
dificuldades de aprendizagem vivenciam dentro da sociedade. A sociedade
altamente padronizada que, apesar de perceber as diferenças individuais, não
admite limitações, assim para todas as pessoas há somente uma expectativa. Para
a pessoa com deficiência as suas oportunidades na vida tornam se restritas, uma
vez que a sociedade classifica, e as separa em posições extremas, fortes e
fracas, rápidas e lentas, competentes e incompetentes, capazes e incapazes.
Assim exclui essas pessoas com base nos padrões de normalidade própria do
contexto sócio cultural. Estes são excluídos por não se enquadrarem em tais
padrões. Em 1963 um grupo de mães de Chicago, lutou pelo diagnostico de seus
filhos que manifestavam dificuldades para a aprendizagem escolar. O grupo tomou
a iniciativa de convidar diversos profissionais de psiquiatria, psicologia,
neurologia, querendo uma definição para o caso de seus filhos.
Desde
a antiguidade até os dias atuais tem se comprovando os obstáculos, riscos
limitações vivenciados por pessoas com dificuldades. Dessa maneira, ao longo
dos séculos tem variando a forma de concepção da deficiência, pela sociedade e
de lidar com pessoas com dificuldade.
No
inicio da era cristã, Sêneca filosofo e poeta romano, descreve o que os romanos
estabeleciam:
Nós
matamos os cães danados, os lobos ferozes e endomáveis, degolamos as ovelhas
doentes com medo que infecte o rebanho, asfixiamos os recém nascidos mal
constituídos; mesmos as crianças, se forem débeis ou anormais, nos o afogamos
não se trata de ódio, mas da razão que nos convida a separar das partes são
aquelas que podem conrrompelas (SÊNECA apud BRASIL, 1997, p.14).
Ainda
no século XX, no ano de 1912, o entendimento equivocado é demonstrado no meio
culto daquela época.
No
inicio dos anos 1960, os educadores norte-americanos classificavam, seus
alunos, com base em resultados de teste de inteligência medida de QI, as
crianças que não aprendiam a ler e escrever, elas eram classificadas assim,
aprendizes lentos, retardadas mentais, crianças com transtornos emocionais e
socialmente não adaptadas, privadas ou marginalizadas culturalmente; crianças
portadoras de dificuldade de aprendizagem, todos esses conceitos de dificuldade
de aprendizagem foi usado como uma forma ideológica para explicar e justificar
o fracasso de crianças que vinha de grupos sociais desprivilegiados, conotando
uma suposta falta de capacidade dos negros para leitura. Eram enquadrados nas
ultimas categorias, os negros, os pobres e os imigrantes; em primeiro vinha às
crianças de classe média, as dificuldades de aprendizagem constituiu um
fenômeno social que terminou na metade dos anos 1970, sendo classificado como
distúrbio, já que os problemas de leitura
e linguagem dominavam a maior parte das crianças, que era clamado de
deficiências de aprendizagem.
De
acordo com (SISTO e MARTINELLI 2006, p.32) em 1980, estudos realizados no Texas
consideraram como sendo os problemas mais típicos das crianças com dificuldade
de aprendizagem as falhas na escola, deficiência em leitura, escrita e
linguagem, imaturidade e desempenho sócio-interativo.
No
Brasil mesmo considerando a falta de estatística a este respeito, salve-se que
o numero de crianças que não se alfabetizam nem mesmo até a 2° série, estima
que 60% do ensino básico. Deste modo, o psicopedagógo profissional que atua
tanto na instituição ou na clinica, com o objetivo de favorecer de aquisição de
conhecimento, trabalha com as questões de vinculo nas relações entre professor
e aluno e orienta o educador na escolha de procedimentos que integrem o afetivo
e o cognitivo nas atividades a serem desenvolvidas, preocupando-se com as
questões referentes ao currículo e a formação docente.
Em
fim cabe aos educadores a importante função, fornecer uma ampla visão,
auxiliando a criança a reencontrar o prazer de aprender junto com a turma toda.
INCLUSAO SOCIAL
A
inclusão social perpassa pelo processo da sociedade adaptar-se para incluir em
seus meio as pessoas com necessidades especiais, de forma que elas possam se
preparar para exercer seu papel na sociedade. Assim, a inclusão social se
define por um processo bilateral em que pessoas excluídas e a sociedade buscam
parcerias para efetivar a equiparação de oportunidade para todos. A inclusão
social é um novo tipo de sociedade através da remoção das barreiras
arquitetônicas (transformação nos ambientes físicos), e na mentalidade de todas
as pessoas, inclusive das pessoas com necessidades especiais.
A pratica
da inclusão social repousa em princípios até então considerados incomuns, Taís
como: a aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a
convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem atravéz da cooperação.
(SASSAKI 1997, P.41)
Para
se construir uma sociedade inclusiva, é preciso muita luta tensões, conflitos, movimentos
reivindicatórios organizados e persistência. É preciso fazer o possível e o
impossível no plano pessoal e coletivo. É preciso identificar projetos que
inova e combatem os preconceituosos. É preciso sonhar, enfrentar pesadelos,
superar os conformismos e não desistir da utopia. Com isso, não se quer dizer
que esta é uma tentativa de anular uma sociedade que exclui e estigmatiza isto
porque, a inclusão não é um movimento natural dos sujeitos como se acreditou
durante muito tempo, pois, se os sujeitos não forem continuamente trabalhados
em relação aos seus preconceitos, eles tenderão a regatar cada vez mais os
conceitos que marcam a deficiência originalmente prevista. É importante salientar
que a sociedade é composta por vários segmentos: igreja, clubes, escolas e que
de forma dinâmica, repassa suas intenções, normas e valores para esses segmentos.
Um dos segmentos da sociedade que é relevante na vida do individuo é a escola.
Esta faz parte da sociedade, e como instituição reproduz normas e valores
vigentes no seu interior.
Por
isso é importante discutir o papel da escola, e que se olhe com consciência
critica a ideologia que antecede nossas ações no âmbito escolar. Essa reflexão
implica buscar respostas que garanta o acesso e a permanência com ensino de
qualidade a todas as crianças. Assim, o que se objetiva é o compromisso com as
minorias, incluindo as pessoas com necessidades educacionais especiais, é a
construção de uma escola inclusiva. A inclusão é processo de adequação da
sociedade ás necessidades de seus membros. Por sua vez, a escola e toda equipe
escolar devem se preparar e se modificar para a aceitação de crianças com
deficiência intelectual, pois educação inclusiva é uma atitude de aceitação,
não uma simples colocação em sal de aula (LEITURAS SOBRE INCLUSAO, 1994 apud SASSAK,
1997, P.122). Isto é um desafio que implica mudar a escola como um todo, criar
condições para o aluno com deficiência intelectual dentro da unidade. A psicopedagógia
atravéz da inclusão busca uma reestruturação do sistema de ensino, com objetivo
de tornar a escola aberta ás diferenças, e competente para trabalhar com os
educando, sem distinção de raça, classe, gênero ou características pessoais.
Dessa forma a educação oferece á diversidade, com vista ao exercem pleno da
cidadania envolvendo todos os endivido. A psicopedagógia não acredita que a
dificuldade de aprendizagem seja responsabilidade exclusiva do aluno ou da
família nem somente da escola, não cabe a um psicopedagógo fazer quais quer julgamento
equivocado, nem tão pouco ter atitudes baseadas em conceitos do que é certo ou errado.
Cabe ao psicopedagógo dirigir ao endivido com único propósito, encorajá-los
para que construa sua própria história, no em tanto suas posturas ou a falta
delas são reação involuntária dessa constituição, mesmo incluso em um cenário
social. É importante, por fim, considerar o sujeito como um ser completo; ser
esse que é dotado de conhecimento, de afetos e emoções, de inteligência e de
cultura.
Cabe
ao psicopedagógo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem,
participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração,
promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e
particularidades, dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação
(BOSSA, 2000, P.23).
O
psicopedagógo deve ter uma atenção mais precisa com a reação do sujeito diante dos
deveres coincidiram resistências e bloqueios, lapso, duvida repetição, sentimentos
de angustia. Nessa situação o diagnóstico psicopedagogico tem o compromisso de
promover o desenvolvimento, elevar a auto-estima dando maturidade emocional
para resolver os problemas melhor. Em fim é possível despertar o desejo de
aprender, para fazer parte das transformações do mundo.
COMO FAZER USO DA PSICOPEDAGOGIA COM A TURMA TODA
Embora
ainda não seja reconhecida como uma profissão e muito incompreendida pelos
professores e pais, por ser vista como novidade e por ainda ser difundida e
aplicada nas redes de ensino, a psicopedagogia é uma das soluções a ser
adotada, quando se pretende que as escolas acolham a todos os alunos, sem
discriminações de fato, deve ser dar mais tempo para que os alunos aprendam,
valorizando sua cultura parte de suas realidades de vida, suas experiências de
seus saberes, assim a aprendizagem vem do que é natural e espontâneo no
processo de aprender e no desenvolvimento humano, em todos os seus aspectos. A
exclusão escolar acontece através de diferentes maneiras e em geral a ênfase
recai sobre a dificuldade de aprendizagem do aluno frente aos critérios
didáticos pedagógicos impostos pela escola. Portanto, são excluídos os alunos
que apresentam lentidão, como é o caso do aluno deficiente intelectual. Este é
massificado pela forma de ensinar que não oferece condições de dialogo entre os
diferentes tipos de alunos. Isto é conseqüência de uma escola que busca
homogeneizar, que não questiona o fazer pedagógico. Logo, aquele que apresenta
diferenças, que não se adequar às normas impostas é excluído. O documento
Educação Especial: tendências atuais confirmam:
A
escola, entretanto existe em função do aluno. O aluno ingressa nela para se
apropriar de conhecimentos, de habilidades, para aprender a se relacionar
critica e produtivamente na sociedade. Se isso não ocorre, a escola não esta
cumprindo a sua função. O sucesso dos alunos não pode depender de sua
capacidade de se adaptar aos códigos existentes dentro dela. Essa é a
caracterização da cultura do fracasso (MEC, 1999, p.49).
Dessa
forma, os alunos com necessidades educacionais especiais, deficiente
intelectual, são classificados como incapazes de aprender e progredir dentro de
uma escola que se julga perfeita ao afirmar que trata todos os alunos iguais.
Como tratá-los igual se cada uma é diferente. Tendo conhecimento que o
tratamento igual é o objetivo da homogeneidade, e esta é uma forma sutil capaz
de excluir crianças criadas entre diferentes contextos ou que necessitam de
diferentes formas de ensino,assim como o aluno com deficiência intelectual, que
dispõe de mecanismos diferentes de aprendizagem do aluno considerado normal.
Logo não lhe é possível à garantia dos seus direitos, uma vez que, a escola não
está cumprindo o importante desafio que é o sucesso de todos os alunos. Segundo
(BRASIL1999, p.49). A não garantia de acesso e permanência de todos na escola é
a forma mais perversa e irremediável de exclusão escolar e, conseqüentemente de
exclusão social, pois nega o direito elementar de cidadania.
É de suma importância que os professores entendam
o sentido de emancipação intelectual, uma vez que, independentemente de sua
condição intelectual, o ato de aprender é uma ação humana criativa, heterogenia
e regulada pelo sujeito da aprendizagem. São as diversas idéias que favorecem o
entendimento dos alunos e professores cada um tem para se adaptar
cognitivamente ao um conteúdo e a condição de expressa-lo abertamente. Na
inclusão escolar, a criança com deficiência intelectual tem a alternância entre
aquilo que acontece todos os dias da mesma forma e aquilo que acontece de forma
diferente. Essa alternância permite o acumulo de experiência que ira tornar o
ambiente social mesmo imprevisível. O que pode se observar é que a escola é
fonte de aprendizados provenientes da experiência sistemática com as situações
social, sob a mediação da escola, de modo a ampliar para essa criança seus
recursos para fazer antecipações.
Assim, ela vai se tornando mais hábil em
antecipar situações que são comuns à infância de qualquer criança, superando a
condição inicial em que o contexto social e o que lhe é inerente. Consistem em
algo que não pode ser antecipado e que não possui significado para ela.
Qualquer criança constitui fonte do desenvolvimento, um exemplo, os estímulos
sensoriais e afetivos são provenientes da relação com o meio ambiente e a
sucessão de vivencias cognitivo emocionais nas relações afetivas e sociais. O
aprendizado cotidiano estrutura uma rede neurológica, fazendo com que, ao longo
do desenvolvimento, as aquisições cognitivo-emocionais tenham um correspondente,
neurológica. Para (MANTOAN 2005), inclusão escolar é a inserção de todos os
alunos desde o inicio de sua vida escolar no interior do ensino comum. Para
tanto, as escolas inclusivas objetivam uma organização do sistema educacional,
pois não esta voltada apenas para alunos com deficiência e aqueles que
apresentam dificuldades de aprendizagem e sim todos os alunos.
Nessa
perspectiva, a autora faz uma critica a todas as modalidades da educação
especial, deixando clara a necessidade de que a escola publica e particulares
se reestruturem a fim de corresponder as necessidades de aprendizagem de seus
alunos, e suas especificidades, para que esses não caiam nas malhas da educação
especial, bem como de suas modalidades de exclusão.
Na
perspectiva inclusiva, suprime-se a subdivisão dos sistemas escolares em
regular. As escolas atendem as diferenças sem discriminar, sem trabalhar a
parte com alguns alunos, sem estabelecer regras especificas para se planejar,
para aprender, para avaliar (currículo, atividades, avaliação da aprendizagem)
para alunos com deficiência e com necessidades educacionais especiais. (MATOAN
2005, P.25)
Por
outro lado, ao entendermos o ato de ensinar como um ato coletivo, a escola. Em
vez de adaptar e de diferenciar o ensino para alguns, precisa rever suas
praticas, mudar suas concepções sem deixar de reconhecer e valorizar suas
diferenças. As praticas escolares favorecem o aprendizado de um aluno com
deficiência intelectual. As atividades podem diversificar na elaboração de seus
textos; nos desenhos do sistema planetário; nas pesquisas em jornais; revistas;
internet; confecções de cartazes; diferentes leituras interpretadas como textos
literários; poesias; apresentação do tema através de seminários; caixa de areia
com jogos lúdicos. É importante oportunizar situação de interesses conciliada
com o envolvimento de outros alunos, se o professor não for habilitado para
fazer o diagnostico psicopedagogico é fundamental que busque ajuda profissional
para ter um resultado eficaz. Vale lembrar que, para que haja uma ação
educativa é necessário constante articulação entre os professores do ensino
comum e os professores da educação especial. Nessas articulações, o professor psicopedagógo
deve participar assiduamente do planejamento desde sua elaboração, execução até
a avaliação juntamente com o professor do ensino comum. Esse professor
especializado deve ser hábil em socializar os conhecimentos específicos sobre
os alunos com necessidades educacionais especiais.
Portanto
é sugerida ao profissional da educação a avaliação informalmente através de
observação constante das atividades e atitudes das crianças, com acompanhamento
e registro do seu desenvolvimento, a avaliação psicopedagogica não pode ser
processo solitário e desmotivado.
REALIZAR A AVALIAÇÃO COM AS CONTRIBUIÇÕES PSICOPEDAGÓGICA
A
psicopedagogia em sua pratica pedagógica procura compreende a respeitar o aluno
com necessidades educacionais especiais, observando a sua limitação porem,
acreditando no seu potencial uma vez que, apesar de suas limitações serem mais
acentuadas, todos têm limitações. O professor precisa acompanhar e interpretar
a aprendizagem do seu aluno, compreendendo seus limites e ampliando suas
possibilidades no processo ensino aprendizagem é ideal que o professor funcione
como mediador, ensinando os alunos a pensar, colher dados e contribuir o seu
próprio conhecimento, o professor deve se permitir à liberdade de criar O autor
chama a atenção para esta questão.
Avaliar é questionar, é investigar, é ler as
hipóteses do educando, é refletir sobre a ação pedagógica para replanejá-la.
(MARTINS, in FREIRE, 1 997, P.46).
O
professor deve ser ousado experimentar várias estratégias, de acordo com cada
criança independentemente das teorias ou normas que lhe tenha sido impostas. É
muito importante que o professor, investigue desde as áreas de maior
dificuldade do aluno, que não use muitas estratégias que faça uso de algo mais
simples que a criança já domina, permitindo que trouxesse suas duvidas,
incentivando-o a encontrar as respostas adequadas, sem resolvê-las pelo aluno
fazer uso de uma linguagem simples, incentivar trabalhos em grupo nos quais os
alunos com maior facilidade de compreensão auxilio o colega, cabe ao professor
estabelecer uma relação verdadeira com o aluno.
Muitos
profissionais não acreditam no desenvolvimento das crianças com deficiência
mental em sala de aula, nessa perspectiva Vygotsky relata em seus estudos que:
Sobre a influência do ponto de vista pessimista sobre as
crianças retardada mental tem lugar geralmente a redução das exigências, o
estreitamento notório, a redução dos limites e fronteiras que coloca a redução
destas crianças. Sobre a influência deste ponto de vista como é natural, surge
à tendência a minimizar a aspiração, a reduzir as tarefas educativas com
respeito a estas crianças, até o mínimo possível, e limitar-se ao mais
necessário. (VYGOTSKY, 1997, p.198)
Assim
a avaliação tem a finalidade de ajudar no desenvolvimento dos alunos, por isso
devem ser, coerente e precisa com as demais inovações oferecidas, na proposta
pedagógica. Apesar de prevista a avaliação psico-diagnostica dos alunos para
ingresso nas classes comuns da rede publica desde os primeiros documentos, os
primeiros na década de 80 o cotidiano escolar, isto se da de outra forma, a
presença de criança sem diagnostico de deficiência intelectual nas classes
comuns, são constante, isso faz com que muitos professores, faça seu próprio
diagnostico, emitindo parecer incerto, com esse conceito os alunos são expostos
a uma avaliação imprópria as suas necessidades intelectual. O objetivo da
avaliação, não é medir e sim refletir sobre o que se pode melhorar, aceitando a
criança como ela é, toda criança é mais feliz quando sente que é aceita
compreendida e tratada como as outras crianças. (PAULO FREIRE, 1987), ao longo
de sua obra, explicita a aquisição do conhecimento como uma superação constante
que se dá nas relações não apenas com os outros, mas se dá mundo e pelo mundo a
compreensão da realidade.
A
avaliação deve ser um processo desenvolvimento juntamente com o ensino, onde um
complementa o outro, mas que preserve suas finalidades próprias o processo de
avaliação ocorre no ensino como que por osmose, ou seja, ensinado avalia-se e
avaliando ensina-se, ao mesmo tempo, que os professores busquem e percebam o
valor da avaliação como instrumento para promoção e transformação do aluno com
dificuldades na aprendizagem, deixando de lado atitudes policialescas tão forte
na nossa cultura avaliativa.
Em
fim o processo de aprendizagem de uma criança deficiente intelectual, tem um
desempenho satisfatório quando o profissional que media, a criança é capacitada
e gosta do faz.
A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DO EDUCADOR
A
grande barreira na atuação pedagógica se constitui no despreparo dos
professores do ensino regular em receber o aluno deficiente intelectual. A falta
de conhecimento sobre as dificuldades de aprendizagem, tem feito com que muitos
alunos com dificuldade de aprendizagem sejam encaminhados para profissionais
das mais diversas áreas de atuação devidos este recém acontecimento, ouve a
necessidade de uma formação mais globalizante onde, professores fossem aptos
para atuar de forma mais objetava, eficaz os profissionais parecem indiferentes
a qualquer movimento novo apresentado, muitos se acomoda quando são concordados,
acreditando já estar estabilizado, não aceita novos métodos talvez seja porque muitos
dos cursos de formação sejam de difício acesso os cursos públicos quase não são
divulgados, e quando divulgados falta vagas ou tem que ter padrinhos. Restam os
privados, porem tem que dispor de recursos financeiros, e o salário de um
professor são precários, A formação dos educadores para a escola inclusiva
merece maior atenção como destaca (FERREIA 1998, p.14).
A
presença ampla da educação especial na nova lei pode sinalizar a presença mais
perceptível da área nas novas discussões, assumindo que usa contribuição
especifica visa mais do que a simples afirmação do especialismo educativo ou
burocrático, os discursos da educação para todos e da escola inclusiva ocorre
num contexto de exclusão social ampliada, o que aumenta os desafios para
assegurar os direitos das pessoas com necessidades especiais.
A
maioria dos estudiosos concorda sobre a necessidade de se investir na
capacitação e sensibilização da educação por parte do professor, para que
ocorra a diminuição gradativa da exclusão escolar. O professor precisa ter na
sua formação conhecimento sobre currículo e suas adaptações cabíveis as
necessidades dos alunos com deficiência intelectual, conhecimento sobre
conteúdo, metodologia do ensino e as possibilidades de reflexão sobre as ações
as realizadas na sala de aula, considerando que estas são questões fundamentais
e deveria estar presentes para poder identificar o perfil do aluno e
desenvolver projetos pedagógicos de acordo com as necessidades de cada aluno. O
professor cada vez mais se sente em seu cotidiano profissional sentimentos de
desilusão, desencantamento com a sua profissão, como conseqüência são
profissionais cada vez mais propensos de stress e uns alunos cada vez mais
discriminado.
Os
professores do ensino regular que devem receber os alunos com necessidades
especiais em suas salas de aula, não possuem preparo mínimo para trabalharem
com essas crianças (BUENO 1999, P.153).
Por outro lado existem professores especiais
que tem muito a contribuir com o ensino regular. Para ser considerado professor
capacitado para atuar em classes comuns com alunos com deficiência intelectual
ou não, este devera comprovar que sua formação abordou conteúdos que atenda, de
forma adequada ao desenvolvimento de competências e valorização da educação. A
formação do professor para a educação especial foi incluída como habilitação
dentro do curso de pedagogia contribuindo para que se forme um docente
especializado. É fundamental que ele não pare por ai, que faça uma
especialização na área, psicopedagogia, ou educação especial.
Do
professor exige-se um investimento emocional, conduta ética e compromisso com a
aprendizagem dos alunos, enfim, uma formação sólida e continuada de acordo com
os avanços do mundo contemporâneo. Neste quadro legal, a formação dos
professores passa a ser realizada como um processo autônomo em cursos
específicos com identidade própria, tendo em vista as necessidades educacionais
do país, espera-se um ensino de qualidade aos alunos com deficiência
intelectuais e ditos normais, portanto a revisão da formação de professores
representa um desafio necessário e imediato para que efetue proposta inclusiva
as escolas. Superar tais dificuldades. Um professor despreparado
pedagogicamente rejeita quaisquer inovações educacionais que contrariem as suas
experiências, os seus conhecimentos e sua metodologia.
A
formação de nossos professores ainda não contempla, suficientemente, o respeito
à diferença, e as matérias do currículo, os estágios e a pratica de ensino são,
geralmente, programadas para crianças ditas normais. (VARVALHO, 1996, P.113)
Em
geral, o argumento mais freqüente quanto ao processo inclusivo é que os
professores não estão preparados para esse trabalho. Para esses profissionais,
o que se espera é uma preparação que permita aplicar um trabalho pedagógico
pré-definido com relação ao aluno deficiente intelectual A formação deve estar
em consonância com a política educacional brasileira que objetiva a inclusão
doa alunos com deficiência intelectual na classe do ensino comum, a formação
inicial e continuada para um aproveitamento escolar não encaixa na proposta de
uma especialização ou curso de extensão.
É
importante ressaltar que, no exercício da capacitação continuada, o
profissional desenvolve competência para buscar respostas psicopedagogica, uma
vez que se torna capaz de analisar o ensino que esta ministrando e a construção
do conhecimento atingida pelos alunos com necessidades especiais é capaz de avaliar
o ensino, o programa e os retrocessos desses alunos e investir constantemente
no seu potencial. É capaz de perceber que, se o aluno vai mal, a questão
precisa ser analisada com relação ao ensino ministrado. O professor, ao avaliar
o aluno, avalia também o seu trabalho pedagógico e, se necessário, reformula o
seu planejamento. Nessa alta avaliação, o professor é competente para perceber
o que o aluno conseguiu aprender, acrescentar ao conhecimento que já sabia e
conhecer as suas dificuldades para assimilar novos conhecimentos, bem como o
que é necessário para superar tais dificuldades. É comprovando a ausência de
professores que estão disponíveis e da maioria dos coordenadores pedagógicos
das Escolas Públicas Estaduais e Municipais.
Portanto
a ausência dos coordenadores pedagógicos nestas capacitações continuada, pode
indicar a falta de compromisso para com o embasamento teórico dos professores
de cada unidade escolar, e a ausência da inclusão do deficiente intelectual nas
classes comuns da rede regular de ensino, nas considerações finais, constam às
conclusões tiradas diante das várias leituras que versam sobre o tema.
CONSIDERAÇOE FINAIS
Diante
dos atuais problemas escolares apresentados pelos alunos, nas escolas, muito
tem se falado com relação à dificuldade de aprendizagem, indisciplina, timidez,
agressividade, problemas emocionais, problemas cognitivos, sociais e
biológicos.
Então
é necessário investigar todos os aspectos que possam estar contribuindo de
alguma forma para a problemática, a fim de intervir da melhor maneira possível,
fazendo uma avaliação diagnostica. E por isso é muito importante à atuação do psicopedagógo,
sabendo sobre esse diagnostico fazer uma reflexão, para saber qual a melhor
forma de fazer, avaliação Psicopedagogia necessária para trabalhar, a inclusão
do deficiente intelectual nas classes comuns, usando os recursos e recorrendo a
várias estratégias, objetivando-se a ajudar as crianças a superar suas dificuldades.
O primeiro passo para a sensibilização é capacitar todos os funcionários da
instituição, professores, orientadores e todos os outros segmentos da escola. Ainda
está longe de se chegar efetivamente a uma escola de qualidade para toda a
inclusão dos deficientes intelectual só acontecerá quando a escola realizar um
trabalho de aproximação das diferenças pelo lado afetivo, e erradicação do
preconceito, construindo uma geração com uma mentalidade aberta ás diferenças,
em que estas devem ser respeitadas. É um processo que não é fácil, pois se
trata de um desafio que se renova no dia-a-dia na sala de aula. As mudanças na
educação ao longo dos anos mudaram muitas formas, e progressos foram feitos,
mais ainda observa-se que a sociedade possui uma visão de homem padronizada e classifica
as pessoas de acordo com essa visão, e esquecem-se de que a sociedade se compõe
de serás humanos, portanto trazem consigo o estigma da falha.
O
objetivo é de consistir encontros de caráter lúdico individual ou em grupo de
crianças onde são realizados jogos, brincadeiras, produções artísticas, contagem
de histórias e outras atividades que permitam a expressão da criança e que
forneçam possibilidade que a criança necessite estar sendo desenvolvida de
acordo com a avaliação diagnostica. Portanto este trabalho poderá ser ampliado,
reformulado e criticado por profissionais que estão diretamente envolvidos na
educação, como outras pessoas que se dedicarem a este estudo. Para todas as
instituições que trabalham em equipe, tendo sempre em mente o educando com
dificuldade na aprendizagem como pessoa, levando-o descobrir o eu,
possibilitando assim a descoberta do mundo.
Que
nossas autoridades vejam a educação como forma de melhorar as condições
sociopolíticas, levando, assim, a um povo mais informado e consequentemente
menos deficiência e marginalização.
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