domingo, 6 de maio de 2018



INCLUSÃO E AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA DO DEFICIENTE INTELECTUAL NA ESCOLA


Aparecida de Sousa dos Santos
                                               aparecidapolini@hotmail.com
1) Professora Substituta  da UFMS   

RESUMO
Este artigo apresenta uma breve reflexão sobre a inclusão e avaliação psicopedagógica do deficiente intelectual na escola, partindo de uma síntese dos aspectos históricos das dificuldades da aprendizagem. A seguir, apresenta como assunto central o tema: Inclusão e avaliação Psicopedagógica do deficiente intelectual na escola e classes comuns da rede regular de ensino, bem como, a contribuição da psicopedagogia na capacitação continuada dos professores. Os instrumentos ou procedimentos metodológicos usados foram pesquisar em diversas obras literárias, com uma abordagem qualitativa.


Palavras-chave: Avaliação psicopedagógica. Inclusão. Deficiente intelectual


INTRODUÇÃO
Inclusão é um movimento mundial da luta de pessoas com deficiências e de seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade. Segundo Sassak, até 30 anos atrás, a questão da deficiência no Brasil era vista sobre a ótica do modelo médico, que dava as pessoas com deficiência o status de desamparados e dependentes dos cuidados dos outros, levando vidas inúteis (Sassaki, 1997, p.28). O paradigma da inclusão vem, ao longo dos anos, buscando a não exclusão escolar e propondo ações que garantam o acesso e permanência do aluno com deficiência no ensino comum da rede regular.
Apesar das discussões acerca das dificuldades de aprendizagem por áreas como a psicopedagogia e a psicologia, ainda prevalecem dúvidas diante das distinções conceituais que envolvem o universo da aprendizagem. Além disto, não raramente, professores e outros cidadãos permanecem com dúvidas acerca das intervenções e da própria atuação docente diante das crianças com deficiência, distúrbios e ou dificuldade de aprendizagem, considerando os discursos e ao que [1]vem se constituindo como inclusão social e escolar de crianças e jovens que apresentam algum tipo de deficiência, e ainda, da situação de muitas outras que sempre freqüentaram o regular, mas que não foram e ainda não são bem compreendidas, as que possuem dificuldades de aprendizagem. A psicopedagogia surgiu com a proposta de facilitar o acesso à aprendizagem e com o objetivo de ir mais além, buscando um contato direto com o individuo, esta é uma das razões pelas quais não se pode deixar de considerar os fatores culturais, afetivos e cognitivos que ocorrem dentro da família, da escola e da comunidade.
Assim, a presente pesquisa bibliográfica descritiva realizou-se apoiada em teses artigos, bibliografias do acervo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e do Grupo Educacional Uninter, com o intuito de verificar o estado da arte referente ao estudo e trazer informações relevantes para apoio na prática pedagógica de profissionais da área.
Deste modo, este artigo está dividido em quatro tópicos, fazendo menção aos aspectos históricos da dificuldade na aprendizagem na escola inicialmente; para o segundo tópico reserva uma explanação sobre como utilizar-se dos conhecimentos da Psicopedagogia para o verdadeiro sentido da inclusão junto à turma toda; no terceiro encontram-se ajustadas as contribuições da Psicopedagógica para a realização de avaliações psicopedagógicas no âmbito escolar; restando ao último tópico denotar sobre a importância da capacitação dos profissionais da educação para uma efetiva contribuição ao desenvolvimento da criança.







ASPECTOS HISTÓRICOS DIFICULDADE NA APRENDIZAGEM NA ESCOLA

Ao longo da história, são perceptíveis as dificuldades que as pessoas com dificuldades de aprendizagem vivenciam dentro da sociedade. A sociedade altamente padronizada que, apesar de perceber as diferenças individuais, não admite limitações, assim para todas as pessoas há somente uma expectativa. Para a pessoa com deficiência as suas oportunidades na vida tornam se restritas, uma vez que a sociedade classifica, e as separa em posições extremas, fortes e fracas, rápidas e lentas, competentes e incompetentes, capazes e incapazes. Assim exclui essas pessoas com base nos padrões de normalidade própria do contexto sócio cultural. Estes são excluídos por não se enquadrarem em tais padrões. Em 1963 um grupo de mães de Chicago, lutou pelo diagnostico de seus filhos que manifestavam dificuldades para a aprendizagem escolar. O grupo tomou a iniciativa de convidar diversos profissionais de psiquiatria, psicologia, neurologia, querendo uma definição para o caso de seus filhos.
Desde a antiguidade até os dias atuais tem se comprovando os obstáculos, riscos limitações vivenciados por pessoas com dificuldades. Dessa maneira, ao longo dos séculos tem variando a forma de concepção da deficiência, pela sociedade e de lidar com pessoas com dificuldade.
No inicio da era cristã, Sêneca filosofo e poeta romano, descreve o que os romanos estabeleciam:
Nós matamos os cães danados, os lobos ferozes e endomáveis, degolamos as ovelhas doentes com medo que infecte o rebanho, asfixiamos os recém nascidos mal constituídos; mesmos as crianças, se forem débeis ou anormais, nos o afogamos não se trata de ódio, mas da razão que nos convida a separar das partes são aquelas que podem conrrompelas (SÊNECA apud BRASIL, 1997, p.14).

Ainda no século XX, no ano de 1912, o entendimento equivocado é demonstrado no meio culto daquela época.
No inicio dos anos 1960, os educadores norte-americanos classificavam, seus alunos, com base em resultados de teste de inteligência medida de QI, as crianças que não aprendiam a ler e escrever, elas eram classificadas assim, aprendizes lentos, retardadas mentais, crianças com transtornos emocionais e socialmente não adaptadas, privadas ou marginalizadas culturalmente; crianças portadoras de dificuldade de aprendizagem, todos esses conceitos de dificuldade de aprendizagem foi usado como uma forma ideológica para explicar e justificar o fracasso de crianças que vinha de grupos sociais desprivilegiados, conotando uma suposta falta de capacidade dos negros para leitura. Eram enquadrados nas ultimas categorias, os negros, os pobres e os imigrantes; em primeiro vinha às crianças de classe média, as dificuldades de aprendizagem constituiu um fenômeno social que terminou na metade dos anos 1970, sendo classificado como distúrbio, já que os problemas de  leitura e linguagem dominavam a maior parte das crianças, que era clamado de deficiências de aprendizagem.
De acordo com (SISTO e MARTINELLI 2006, p.32) em 1980, estudos realizados no Texas consideraram como sendo os problemas mais típicos das crianças com dificuldade de aprendizagem as falhas na escola, deficiência em leitura, escrita e linguagem, imaturidade e desempenho sócio-interativo.
No Brasil mesmo considerando a falta de estatística a este respeito, salve-se que o numero de crianças que não se alfabetizam nem mesmo até a 2° série, estima que 60% do ensino básico. Deste modo, o psicopedagógo profissional que atua tanto na instituição ou na clinica, com o objetivo de favorecer de aquisição de conhecimento, trabalha com as questões de vinculo nas relações entre professor e aluno e orienta o educador na escolha de procedimentos que integrem o afetivo e o cognitivo nas atividades a serem desenvolvidas, preocupando-se com as questões referentes ao currículo e a formação docente.
Em fim cabe aos educadores a importante função, fornecer uma ampla visão, auxiliando a criança a reencontrar o prazer de aprender junto com a turma toda. 

INCLUSAO SOCIAL

A inclusão social perpassa pelo processo da sociedade adaptar-se para incluir em seus meio as pessoas com necessidades especiais, de forma que elas possam se preparar para exercer seu papel na sociedade. Assim, a inclusão social se define por um processo bilateral em que pessoas excluídas e a sociedade buscam parcerias para efetivar a equiparação de oportunidade para todos. A inclusão social é um novo tipo de sociedade através da remoção das barreiras arquitetônicas (transformação nos ambientes físicos), e na mentalidade de todas as pessoas, inclusive das pessoas com necessidades especiais.

A pratica da inclusão social repousa em princípios até então considerados incomuns, Taís como: a aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem atravéz da cooperação. (SASSAKI 1997, P.41)

Para se construir uma sociedade inclusiva, é preciso muita luta tensões, conflitos, movimentos reivindicatórios organizados e persistência. É preciso fazer o possível e o impossível no plano pessoal e coletivo. É preciso identificar projetos que inova e combatem os preconceituosos. É preciso sonhar, enfrentar pesadelos, superar os conformismos e não desistir da utopia. Com isso, não se quer dizer que esta é uma tentativa de anular uma sociedade que exclui e estigmatiza isto porque, a inclusão não é um movimento natural dos sujeitos como se acreditou durante muito tempo, pois, se os sujeitos não forem continuamente trabalhados em relação aos seus preconceitos, eles tenderão a regatar cada vez mais os conceitos que marcam a deficiência originalmente prevista. É importante salientar que a sociedade é composta por vários segmentos: igreja, clubes, escolas e que de forma dinâmica, repassa suas intenções, normas e valores para esses segmentos. Um dos segmentos da sociedade que é relevante na vida do individuo é a escola. Esta faz parte da sociedade, e como instituição reproduz normas e valores vigentes no seu interior.
Por isso é importante discutir o papel da escola, e que se olhe com consciência critica a ideologia que antecede nossas ações no âmbito escolar. Essa reflexão implica buscar respostas que garanta o acesso e a permanência com ensino de qualidade a todas as crianças. Assim, o que se objetiva é o compromisso com as minorias, incluindo as pessoas com necessidades educacionais especiais, é a construção de uma escola inclusiva. A inclusão é processo de adequação da sociedade ás necessidades de seus membros. Por sua vez, a escola e toda equipe escolar devem se preparar e se modificar para a aceitação de crianças com deficiência intelectual, pois educação inclusiva é uma atitude de aceitação, não uma simples colocação em sal de aula (LEITURAS SOBRE INCLUSAO, 1994 apud SASSAK, 1997, P.122). Isto é um desafio que implica mudar a escola como um todo, criar condições para o aluno com deficiência intelectual dentro da unidade. A psicopedagógia atravéz da inclusão busca uma reestruturação do sistema de ensino, com objetivo de tornar a escola aberta ás diferenças, e competente para trabalhar com os educando, sem distinção de raça, classe, gênero ou características pessoais. Dessa forma a educação oferece á diversidade, com vista ao exercem pleno da cidadania envolvendo todos os endivido. A psicopedagógia não acredita que a dificuldade de aprendizagem seja responsabilidade exclusiva do aluno ou da família nem somente da escola, não cabe a um psicopedagógo fazer quais quer julgamento equivocado, nem tão pouco ter atitudes baseadas em conceitos do que é certo ou errado. Cabe ao psicopedagógo dirigir ao endivido com único propósito, encorajá-los para que construa sua própria história, no em tanto suas posturas ou a falta delas são reação involuntária dessa constituição, mesmo incluso em um cenário social. É importante, por fim, considerar o sujeito como um ser completo; ser esse que é dotado de conhecimento, de afetos e emoções, de inteligência e de cultura.
Cabe ao psicopedagógo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades, dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação (BOSSA, 2000, P.23).


O psicopedagógo deve ter uma atenção mais precisa com a reação do sujeito diante dos deveres coincidiram resistências e bloqueios, lapso, duvida repetição, sentimentos de angustia. Nessa situação o diagnóstico psicopedagogico tem o compromisso de promover o desenvolvimento, elevar a auto-estima dando maturidade emocional para resolver os problemas melhor. Em fim é possível despertar o desejo de aprender, para fazer parte das transformações do mundo.

COMO FAZER USO DA PSICOPEDAGOGIA COM A TURMA TODA

Embora ainda não seja reconhecida como uma profissão e muito incompreendida pelos professores e pais, por ser vista como novidade e por ainda ser difundida e aplicada nas redes de ensino, a psicopedagogia é uma das soluções a ser adotada, quando se pretende que as escolas acolham a todos os alunos, sem discriminações de fato, deve ser dar mais tempo para que os alunos aprendam, valorizando sua cultura parte de suas realidades de vida, suas experiências de seus saberes, assim a aprendizagem vem do que é natural e espontâneo no processo de aprender e no desenvolvimento humano, em todos os seus aspectos. A exclusão escolar acontece através de diferentes maneiras e em geral a ênfase recai sobre a dificuldade de aprendizagem do aluno frente aos critérios didáticos pedagógicos impostos pela escola. Portanto, são excluídos os alunos que apresentam lentidão, como é o caso do aluno deficiente intelectual. Este é massificado pela forma de ensinar que não oferece condições de dialogo entre os diferentes tipos de alunos. Isto é conseqüência de uma escola que busca homogeneizar, que não questiona o fazer pedagógico. Logo, aquele que apresenta diferenças, que não se adequar às normas impostas é excluído. O documento Educação Especial: tendências atuais confirmam:
A escola, entretanto existe em função do aluno. O aluno ingressa nela para se apropriar de conhecimentos, de habilidades, para aprender a se relacionar critica e produtivamente na sociedade. Se isso não ocorre, a escola não esta cumprindo a sua função. O sucesso dos alunos não pode depender de sua capacidade de se adaptar aos códigos existentes dentro dela. Essa é a caracterização da cultura do fracasso (MEC, 1999, p.49).

Dessa forma, os alunos com necessidades educacionais especiais, deficiente intelectual, são classificados como incapazes de aprender e progredir dentro de uma escola que se julga perfeita ao afirmar que trata todos os alunos iguais. Como tratá-los igual se cada uma é diferente. Tendo conhecimento que o tratamento igual é o objetivo da homogeneidade, e esta é uma forma sutil capaz de excluir crianças criadas entre diferentes contextos ou que necessitam de diferentes formas de ensino,assim como o aluno com deficiência intelectual, que dispõe de mecanismos diferentes de aprendizagem do aluno considerado normal. Logo não lhe é possível à garantia dos seus direitos, uma vez que, a escola não está cumprindo o importante desafio que é o sucesso de todos os alunos. Segundo (BRASIL1999, p.49). A não garantia de acesso e permanência de todos na escola é a forma mais perversa e irremediável de exclusão escolar e, conseqüentemente de exclusão social, pois nega o direito elementar de cidadania.
 É de suma importância que os professores entendam o sentido de emancipação intelectual, uma vez que, independentemente de sua condição intelectual, o ato de aprender é uma ação humana criativa, heterogenia e regulada pelo sujeito da aprendizagem. São as diversas idéias que favorecem o entendimento dos alunos e professores cada um tem para se adaptar cognitivamente ao um conteúdo e a condição de expressa-lo abertamente. Na inclusão escolar, a criança com deficiência intelectual tem a alternância entre aquilo que acontece todos os dias da mesma forma e aquilo que acontece de forma diferente. Essa alternância permite o acumulo de experiência que ira tornar o ambiente social mesmo imprevisível. O que pode se observar é que a escola é fonte de aprendizados provenientes da experiência sistemática com as situações social, sob a mediação da escola, de modo a ampliar para essa criança seus recursos para fazer antecipações.
 Assim, ela vai se tornando mais hábil em antecipar situações que são comuns à infância de qualquer criança, superando a condição inicial em que o contexto social e o que lhe é inerente. Consistem em algo que não pode ser antecipado e que não possui significado para ela. Qualquer criança constitui fonte do desenvolvimento, um exemplo, os estímulos sensoriais e afetivos são provenientes da relação com o meio ambiente e a sucessão de vivencias cognitivo emocionais nas relações afetivas e sociais. O aprendizado cotidiano estrutura uma rede neurológica, fazendo com que, ao longo do desenvolvimento, as aquisições cognitivo-emocionais tenham um correspondente, neurológica. Para (MANTOAN 2005), inclusão escolar é a inserção de todos os alunos desde o inicio de sua vida escolar no interior do ensino comum. Para tanto, as escolas inclusivas objetivam uma organização do sistema educacional, pois não esta voltada apenas para alunos com deficiência e aqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem e sim todos os alunos.
Nessa perspectiva, a autora faz uma critica a todas as modalidades da educação especial, deixando clara a necessidade de que a escola publica e particulares se reestruturem a fim de corresponder as necessidades de aprendizagem de seus alunos, e suas especificidades, para que esses não caiam nas malhas da educação especial, bem como de suas modalidades de exclusão.

Na perspectiva inclusiva, suprime-se a subdivisão dos sistemas escolares em regular. As escolas atendem as diferenças sem discriminar, sem trabalhar a parte com alguns alunos, sem estabelecer regras especificas para se planejar, para aprender, para avaliar (currículo, atividades, avaliação da aprendizagem) para alunos com deficiência e com necessidades educacionais especiais. (MATOAN 2005, P.25)

Por outro lado, ao entendermos o ato de ensinar como um ato coletivo, a escola. Em vez de adaptar e de diferenciar o ensino para alguns, precisa rever suas praticas, mudar suas concepções sem deixar de reconhecer e valorizar suas diferenças. As praticas escolares favorecem o aprendizado de um aluno com deficiência intelectual. As atividades podem diversificar na elaboração de seus textos; nos desenhos do sistema planetário; nas pesquisas em jornais; revistas; internet; confecções de cartazes; diferentes leituras interpretadas como textos literários; poesias; apresentação do tema através de seminários; caixa de areia com jogos lúdicos. É importante oportunizar situação de interesses conciliada com o envolvimento de outros alunos, se o professor não for habilitado para fazer o diagnostico psicopedagogico é fundamental que busque ajuda profissional para ter um resultado eficaz. Vale lembrar que, para que haja uma ação educativa é necessário constante articulação entre os professores do ensino comum e os professores da educação especial. Nessas articulações, o professor psicopedagógo deve participar assiduamente do planejamento desde sua elaboração, execução até a avaliação juntamente com o professor do ensino comum. Esse professor especializado deve ser hábil em socializar os conhecimentos específicos sobre os alunos com necessidades educacionais especiais.
Portanto é sugerida ao profissional da educação a avaliação informalmente através de observação constante das atividades e atitudes das crianças, com acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, a avaliação psicopedagogica não pode ser processo solitário e desmotivado. 

REALIZAR A AVALIAÇÃO COM AS CONTRIBUIÇÕES PSICOPEDAGÓGICA

A psicopedagogia em sua pratica pedagógica procura compreende a respeitar o aluno com necessidades educacionais especiais, observando a sua limitação porem, acreditando no seu potencial uma vez que, apesar de suas limitações serem mais acentuadas, todos têm limitações. O professor precisa acompanhar e interpretar a aprendizagem do seu aluno, compreendendo seus limites e ampliando suas possibilidades no processo ensino aprendizagem é ideal que o professor funcione como mediador, ensinando os alunos a pensar, colher dados e contribuir o seu próprio conhecimento, o professor deve se permitir à liberdade de criar O autor chama a atenção para esta questão.
 Avaliar é questionar, é investigar, é ler as hipóteses do educando, é refletir sobre a ação pedagógica para replanejá-la. (MARTINS, in FREIRE, 1 997, P.46).
O professor deve ser ousado experimentar várias estratégias, de acordo com cada criança independentemente das teorias ou normas que lhe tenha sido impostas. É muito importante que o professor, investigue desde as áreas de maior dificuldade do aluno, que não use muitas estratégias que faça uso de algo mais simples que a criança já domina, permitindo que trouxesse suas duvidas, incentivando-o a encontrar as respostas adequadas, sem resolvê-las pelo aluno fazer uso de uma linguagem simples, incentivar trabalhos em grupo nos quais os alunos com maior facilidade de compreensão auxilio o colega, cabe ao professor estabelecer uma relação verdadeira com o aluno.
   Muitos profissionais não acreditam no desenvolvimento das crianças com deficiência mental em sala de aula, nessa perspectiva Vygotsky relata em seus estudos que:
Sobre a influência do ponto de vista pessimista sobre as crianças retardada mental tem lugar geralmente a redução das exigências, o estreitamento notório, a redução dos limites e fronteiras que coloca a redução destas crianças. Sobre a influência deste ponto de vista como é natural, surge à tendência a minimizar a aspiração, a reduzir as tarefas educativas com respeito a estas crianças, até o mínimo possível, e limitar-se ao mais necessário. (VYGOTSKY, 1997, p.198)
           
Assim a avaliação tem a finalidade de ajudar no desenvolvimento dos alunos, por isso devem ser, coerente e precisa com as demais inovações oferecidas, na proposta pedagógica. Apesar de prevista a avaliação psico-diagnostica dos alunos para ingresso nas classes comuns da rede publica desde os primeiros documentos, os primeiros na década de 80 o cotidiano escolar, isto se da de outra forma, a presença de criança sem diagnostico de deficiência intelectual nas classes comuns, são constante, isso faz com que muitos professores, faça seu próprio diagnostico, emitindo parecer incerto, com esse conceito os alunos são expostos a uma avaliação imprópria as suas necessidades intelectual. O objetivo da avaliação, não é medir e sim refletir sobre o que se pode melhorar, aceitando a criança como ela é, toda criança é mais feliz quando sente que é aceita compreendida e tratada como as outras crianças. (PAULO FREIRE, 1987), ao longo de sua obra, explicita a aquisição do conhecimento como uma superação constante que se dá nas relações não apenas com os outros, mas se dá mundo e pelo mundo a compreensão da realidade.
A avaliação deve ser um processo desenvolvimento juntamente com o ensino, onde um complementa o outro, mas que preserve suas finalidades próprias o processo de avaliação ocorre no ensino como que por osmose, ou seja, ensinado avalia-se e avaliando ensina-se, ao mesmo tempo, que os professores busquem e percebam o valor da avaliação como instrumento para promoção e transformação do aluno com dificuldades na aprendizagem, deixando de lado atitudes policialescas tão forte na nossa cultura avaliativa.
Em fim o processo de aprendizagem de uma criança deficiente intelectual, tem um desempenho satisfatório quando o profissional que media, a criança é capacitada e gosta do faz.

A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DO EDUCADOR

A grande barreira na atuação pedagógica se constitui no despreparo dos professores do ensino regular em receber o aluno deficiente intelectual. A falta de conhecimento sobre as dificuldades de aprendizagem, tem feito com que muitos alunos com dificuldade de aprendizagem sejam encaminhados para profissionais das mais diversas áreas de atuação devidos este recém acontecimento, ouve a necessidade de uma formação mais globalizante onde, professores fossem aptos para atuar de forma mais objetava, eficaz os profissionais parecem indiferentes a qualquer movimento novo apresentado, muitos se acomoda quando são concordados, acreditando já estar estabilizado, não aceita novos métodos talvez seja porque muitos dos cursos de formação sejam de difício acesso os cursos públicos quase não são divulgados, e quando divulgados falta vagas ou tem que ter padrinhos. Restam os privados, porem tem que dispor de recursos financeiros, e o salário de um professor são precários, A formação dos educadores para a escola inclusiva merece maior atenção como destaca (FERREIA 1998, p.14).
A presença ampla da educação especial na nova lei pode sinalizar a presença mais perceptível da área nas novas discussões, assumindo que usa contribuição especifica visa mais do que a simples afirmação do especialismo educativo ou burocrático, os discursos da educação para todos e da escola inclusiva ocorre num contexto de exclusão social ampliada, o que aumenta os desafios para assegurar os direitos das pessoas com necessidades especiais.
A maioria dos estudiosos concorda sobre a necessidade de se investir na capacitação e sensibilização da educação por parte do professor, para que ocorra a diminuição gradativa da exclusão escolar. O professor precisa ter na sua formação conhecimento sobre currículo e suas adaptações cabíveis as necessidades dos alunos com deficiência intelectual, conhecimento sobre conteúdo, metodologia do ensino e as possibilidades de reflexão sobre as ações as realizadas na sala de aula, considerando que estas são questões fundamentais e deveria estar presentes para poder identificar o perfil do aluno e desenvolver projetos pedagógicos de acordo com as necessidades de cada aluno. O professor cada vez mais se sente em seu cotidiano profissional sentimentos de desilusão, desencantamento com a sua profissão, como conseqüência são profissionais cada vez mais propensos de stress e uns alunos cada vez mais discriminado.

Os professores do ensino regular que devem receber os alunos com necessidades especiais em suas salas de aula, não possuem preparo mínimo para trabalharem com essas crianças (BUENO 1999, P.153).

 Por outro lado existem professores especiais que tem muito a contribuir com o ensino regular. Para ser considerado professor capacitado para atuar em classes comuns com alunos com deficiência intelectual ou não, este devera comprovar que sua formação abordou conteúdos que atenda, de forma adequada ao desenvolvimento de competências e valorização da educação. A formação do professor para a educação especial foi incluída como habilitação dentro do curso de pedagogia contribuindo para que se forme um docente especializado. É fundamental que ele não pare por ai, que faça uma especialização na área, psicopedagogia, ou educação especial.
Do professor exige-se um investimento emocional, conduta ética e compromisso com a aprendizagem dos alunos, enfim, uma formação sólida e continuada de acordo com os avanços do mundo contemporâneo. Neste quadro legal, a formação dos professores passa a ser realizada como um processo autônomo em cursos específicos com identidade própria, tendo em vista as necessidades educacionais do país, espera-se um ensino de qualidade aos alunos com deficiência intelectuais e ditos normais, portanto a revisão da formação de professores representa um desafio necessário e imediato para que efetue proposta inclusiva as escolas. Superar tais dificuldades. Um professor despreparado pedagogicamente rejeita quaisquer inovações educacionais que contrariem as suas experiências, os seus conhecimentos e sua metodologia.

A formação de nossos professores ainda não contempla, suficientemente, o respeito à diferença, e as matérias do currículo, os estágios e a pratica de ensino são, geralmente, programadas para crianças ditas normais. (VARVALHO, 1996, P.113)

Em geral, o argumento mais freqüente quanto ao processo inclusivo é que os professores não estão preparados para esse trabalho. Para esses profissionais, o que se espera é uma preparação que permita aplicar um trabalho pedagógico pré-definido com relação ao aluno deficiente intelectual A formação deve estar em consonância com a política educacional brasileira que objetiva a inclusão doa alunos com deficiência intelectual na classe do ensino comum, a formação inicial e continuada para um aproveitamento escolar não encaixa na proposta de uma especialização ou curso de extensão.
É importante ressaltar que, no exercício da capacitação continuada, o profissional desenvolve competência para buscar respostas psicopedagogica, uma vez que se torna capaz de analisar o ensino que esta ministrando e a construção do conhecimento atingida pelos alunos com necessidades especiais é capaz de avaliar o ensino, o programa e os retrocessos desses alunos e investir constantemente no seu potencial. É capaz de perceber que, se o aluno vai mal, a questão precisa ser analisada com relação ao ensino ministrado. O professor, ao avaliar o aluno, avalia também o seu trabalho pedagógico e, se necessário, reformula o seu planejamento. Nessa alta avaliação, o professor é competente para perceber o que o aluno conseguiu aprender, acrescentar ao conhecimento que já sabia e conhecer as suas dificuldades para assimilar novos conhecimentos, bem como o que é necessário para superar tais dificuldades. É comprovando a ausência de professores que estão disponíveis e da maioria dos coordenadores pedagógicos das Escolas Públicas Estaduais e Municipais.
Portanto a ausência dos coordenadores pedagógicos nestas capacitações continuada, pode indicar a falta de compromisso para com o embasamento teórico dos professores de cada unidade escolar, e a ausência da inclusão do deficiente intelectual nas classes comuns da rede regular de ensino, nas considerações finais, constam às conclusões tiradas diante das várias leituras que versam sobre o tema.

CONSIDERAÇOE FINAIS

Diante dos atuais problemas escolares apresentados pelos alunos, nas escolas, muito tem se falado com relação à dificuldade de aprendizagem, indisciplina, timidez, agressividade, problemas emocionais, problemas cognitivos, sociais e biológicos.
Então é necessário investigar todos os aspectos que possam estar contribuindo de alguma forma para a problemática, a fim de intervir da melhor maneira possível, fazendo uma avaliação diagnostica. E por isso é muito importante à atuação do psicopedagógo, sabendo sobre esse diagnostico fazer uma reflexão, para saber qual a melhor forma de fazer, avaliação Psicopedagogia necessária para trabalhar, a inclusão do deficiente intelectual nas classes comuns, usando os recursos e recorrendo a várias estratégias, objetivando-se a ajudar as crianças a superar suas dificuldades. O primeiro passo para a sensibilização é capacitar todos os funcionários da instituição, professores, orientadores e todos os outros segmentos da escola. Ainda está longe de se chegar efetivamente a uma escola de qualidade para toda a inclusão dos deficientes intelectual só acontecerá quando a escola realizar um trabalho de aproximação das diferenças pelo lado afetivo, e erradicação do preconceito, construindo uma geração com uma mentalidade aberta ás diferenças, em que estas devem ser respeitadas. É um processo que não é fácil, pois se trata de um desafio que se renova no dia-a-dia na sala de aula. As mudanças na educação ao longo dos anos mudaram muitas formas, e progressos foram feitos, mais ainda observa-se que a sociedade possui uma visão de homem padronizada e classifica as pessoas de acordo com essa visão, e esquecem-se de que a sociedade se compõe de serás humanos, portanto trazem consigo o estigma da falha.
O objetivo é de consistir encontros de caráter lúdico individual ou em grupo de crianças onde são realizados jogos, brincadeiras, produções artísticas, contagem de histórias e outras atividades que permitam a expressão da criança e que forneçam possibilidade que a criança necessite estar sendo desenvolvida de acordo com a avaliação diagnostica. Portanto este trabalho poderá ser ampliado, reformulado e criticado por profissionais que estão diretamente envolvidos na educação, como outras pessoas que se dedicarem a este estudo. Para todas as instituições que trabalham em equipe, tendo sempre em mente o educando com dificuldade na aprendizagem como pessoa, levando-o descobrir o eu, possibilitando assim a descoberta do mundo.
Que nossas autoridades vejam a educação como forma de melhorar as condições sociopolíticas, levando, assim, a um povo mais informado e consequentemente menos deficiência e marginalização.




REFERENCIAS

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Sisto, P. P., & Martineli, S. C. (2006). Afetividade e dificuldade de aprendizagem: uma abordagem psicoeducacional.
Vigostsky, L.S. O. Obra e escogidas. V. Fundamentos de defectologia. Madrid, 1997.




¹ Licenciada em Pedagogia pela ANAEC (2005); Pós-Graduanda em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela FACINTER.


domingo, 3 de junho de 2012

ESTUDO DE CASO JONAS

FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA – FACINTER
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL
  


                      




ESTUDO DO CASO “JONAS”: CONTRIBUIÇAO PSICOPEDAGOGICA DIANTE DA EPISTEMOLOGIA GENETICA, NEUROPSICOLOGIA E PSICANALISE PARA A INSTITUIÇÃO ESCOLAR



Produção de Conhecimento realizada como requisito parcial para obtenção de nota do Curso de Pós – Graduação em Psicopedagoga Clínica e Institucional, sob orientação da Professora Cleonice Sales e Coordenação da Professora Regiane Banzzatto Bergamo.













                                  Aquidauana – MS
                                  Dezembro-2010


ESTUDO DO CASO JONAS CONTRIBUIÇÃO PSICIPEDAGOGICA DIANTE DA EPISTEMOLOGIA GENETICA, NEUROPSICOLOGIA E PSICANALISE PARA A INSTITUIÇÃO ESCOLAR.



INTRODUÇAO

A produção deste conhecimento constituiu-se de uma reflexão proposta para a ampliação e aprofundamento do estudo do caso Jonas com contribuição Psicopedagógica diante da Epistemologia Genética, Neuropsicologia e Psicanálise para a instituição escolar. O estudo do caso foi proposto com a finalidade de ilustrar as possíveis causas das dificuldades de aprendizagem apresentadas por uma criança do ensino fundamental da rede publica providenciando intervenções necessárias. Objetivo desse trabalho volta-se para o reconhecimento da necessidade de formação especifica ou especialidade para o trabalho pedagógico e psicopedagógico. Para compreender o processo de desenvolvimento das crianças no que diz respeito à aprendizagem, é preciso buscar recursos que possam auxiliar e contribuir. E é por meio desta busca de subsídios da psicopedagogia que é a área de estudos de caráter teórico pratico e interdisciplinar que instrumentaliza o profissional nas tarefas de educar ou de ensinar. Na área da psicopedagogia, os trabalhos sobre as dificuldades de aprendizagem têm procurado chegar a diagnósticos precisos das causas e deficiências apresentadas pelas crianças.


DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO IDENTIFICAÇÃO
     Nome Jonas
    Jonas. Têm oito anos, mora com a mãe, está cursando o segundo ano e vem apresentando dificuldades de aprendizagem. Durante o diagnóstico operatório, Jonas apresentou um resultado abaixo do esperado para sua idade cronológica. Para conservação de quantidade, não conseguiu perceber que é possível alterar a forma sem alterar a quantidade. Ao realizar a classificação de objetos, não conseguiu perceber a semelhança entre eles, também demonstrou que não possui domínio de planejamento, e ainda, que não sabe fazer a relação da parte com o todo. Durante as provas operativas foi possível observar dificuldades em organizar e expor seus pensamentos, assim como rigidez para situações de mudanças. Essas dificuldades operativas podem estar interferindo na sua produção escolar, principalmente com relação ao raciocínio matemático. Sua lateralidade apresenta-se cruzada, assim como, mal definida; erram direita e esquerda em si e na examinadora; faz espelhamento de posições e gravuras. Apresenta dificuldade de orientação espacial e percepção visual. Essas dificuldades podem estar aliadas à falta de atenção e concentração. Apresenta bom raciocínio lógico verbal, porém demonstram dificuldades para memorização e para discriminação fonemática, com trocas auditivamente semelhantes. Essas dificuldades podem estar aliadas à imaturidade na percepção auditiva.
      Nas provas pedagógicas foi possível observar que Jonas sente “medo” de escrever “errado”. Ainda não entende a escrita como uma forma de representação gráfica que possui características próprias independente do objeto que representa, ou seja, a palavra trem é maior que telefone. Jonas revela-se ansioso, tenso e inseguro, principalmente diante de situações em que o resultado depende dela mesma. Essa insegurança e ansiedade fazem com que Jonas nem tente executar ou responder a alguma tarefa que pareça diferente ou nova, dizendo “não sei”. Portanto, apresenta uma conduta evitativa para o que não sabe ou sente dificuldade. A auto-estima de Jonas, no momento, se encontra bastante rebaixada, pois sente que não é capaz de produzir o que lhe é solicitado, tendo que esperar aprovação de outrem para que possa apresentar algum resultado. No que se refere à família, foi possível observar bom vínculo com os pais. Quanto ao diagnóstico funcional orgânico, foi possível observar que não tem dificuldades em coordenar seus movimentos.

CONCLUSÃO trata-se de uma criança com dificuldades de aprendizagem, que podem estar aliadas aos transtornos de saúde que ocorreram numa fase de grande importância para o seu desenvolvimento cognitivo e emocional*. Portanto, os obstáculos funcionais orgânicos, aliados a fatores emocionais, interferem diretamente em seu desempenho escolar.

INDICAÇÕES GERAIS: Neuropediatra; Exame da percepção da fala; Oftalmologista; Psicoterapia.

INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: Psicopedagogia
*Jonas, teve um grave problema de saúde buscou ajuda de uma psicóloga quando ele tinha 4 anos de idade

DESENVOLVIMENTO

Ao analisar as dificuldades de aprendizagem de Jonas queremos salientar algumas concepções sobre aprendizagem. Embora de maneiras diversificadas, serão feitas algumas considerações sobre a visão construtivista de Piaget e a histórico-cultural de Vygotsky.
    Para Piaget (1972), a aprendizagem e dependente da maturação biológica do indivíduo em que existem estágios do desenvolvimento humano que fazem parte desta estrutura orgânica. O processo de aprendizagem ocorre à medida que a criança age sobre seu meio externo, utilizando para tal os seus sentidos (visão, tato, olfato, audição e gustação). Portanto para aprender a utilizar o processo de assimilação e acomodação, os quais permitem a apreensão das informações externas associando-as ao que já possuem, e formando novos conhecimentos. Considerando que houve aprendizagem quando a criança ou o jovem consegue manter este processo continuo equilíbrio, desequilíbrio e equilíbrio, formando sempre novos conhecimentos e apropriando-se deste. A concepção histórica-cultural de Vygotsky (1985) trouxe a relevância do desenvolvimento das funções psíquicas, superiores dos indivíduos em conjunto com suas interações sociais e históricas como sendo fatores decisivos na aprendizagem humana. Vygotsky (1985) apresentou o conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZPD), no primeiro momento tem-se a necessidade de considerar que a criança já possui noções de quantidade, valores e outras as quais não devem ser ignoradas. Este tipo de conhecimento, ou seja, aquele que o individuo a possui e consegue agir sozinho, é chamado de nível do desenvolvimento real. Porém, esta mesma criança pode fazer outras atividades com auxilio de um mediador ou com ajuda de pessoas mais experientes em determinado conteúdo, este nível é chamado de desenvolvimento potencial. O período intermediário entre o conhecimento real e potencial é chamado proximal, todo conhecimento potencial. Segundo Vygotsky (1985), tem possibilidade de se tornar real, a criança após vivenciar estas experiências, passa a internalizar os conhecimentos mediados e agora aprendidos. Aprendizagem nesta concepção também é continua, porém a aprendizagem pode anteceder o desenvolvimento, sendo que a primeira não tão dependente do segundo, como na teoria construtivista. Umas das discussões polêmicas a cerca das dificuldades de aprendizagem é a diferenciação destas classificações, como distúrbio, transtorno e ate mesmo deficiência - considerada tal problemática conforme Móojen (1999), os termos dificuldades, distúrbios e transtornos são muitas vezes utilizados como se tivesse o mesmo significado o que é um equivoco, pois se tratam de quadros diagnósticos diferenciados. Com a finalidade de esclarecer as particularidades de cada termo, Móojen (1999), elaborou as seguintes classificações:

Dificuldades de aprendizagem [...] podem ser de percurso evolutivo transitório ou secundarias as outras patologias (deficiência mental, sensorial, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. transtornos emocionais neurológicos, etc.) transtornos de aprendizagem descritos pelos manuais de diagnósticos (DSM0-IV e CID-10). Nestes últimos são descritos os especificadores de gravidade e curso: os leves, moderados e os severos. Os severos que persistem até a vida adulta e recebem a denominação de dislexia evolutiva ou de desenvolvimento. (MÓOJEN, 1999, p.32)

   Os objetivos das praticas e intervenções foram o de possibilitar outras formas dos conteúdos necessários para pratica da leitura, interpretação e raciocino lógico matemático. 

      .Quando a criança começa a apresentar dificuldades escolares e falta de interesse, é necessário pesquisar a causa real do problema. Ela precisa de compreensão, orientação e instrução adequadas para superar dificuldades. É preciso oferecer recursos multissensoriais, e desenvolver estratégias do ensino, de modo que o sujeito tenha sucesso no maior número de áreas possíveis, para fortalecer sua auto-estima. Não devemos esquecer que cada sujeito tem um ritmo próprio para aprender. Quando falamos em diagnóstico psicopedagógico, o psicopedagogo deve ter um olhar que compõe o todo, levando-se em conta a totalidade dos fatores envolvidos neste processo, tanto interno quanto externo. Dentre os fatores externos relacionados ao contexto em que a criança está inserida. E dentre os fatores internos são apontados biológicas (organismo e cognitivo) e psicológicos. “É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo recorrendo, para isso, a conhecimentos práticos e teóricos. Esta investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de intervenções e da”... “Escuta Psicopedagógica...”, para que “... se possam decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção”. (“BOSSA, 2000, p. 24)”. No diagnóstico de Jonas apresenta-se com dificuldades de aprendizagem, que podem estar aliadas aos transtornos de saúde que ocorreram numa fase de grande importância para o seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Portanto, os obstáculos funcionais orgânicos, aliados a fatores emocionais, interferem diretamente em seu desempenho escolar. Ao tratar sobre os fatores orgânicos, Paín (1985, p. 28) esclarece: “a origem de toda aprendizagem está nos esquemas de ação desdobrados mediante o corpo.” Como o indivíduo é um todo e não partes que trabalham isoladas são necessárias uma integração entre anatomia, bom funcionamento de todos os órgãos, bem como do sistema nervoso central. No que se refere aos fatores específicos, à autora afirma existirem diversas desordens específicas ligadas a determinadas áreas também específicas, as quais perpassam questões cognitivas e motoras. Quanto aos fatores psicógenos, subsidia-se na teoria psicanalítica, mas afirma que se devem levar em consideração também às disposições orgânicas e ambientais do sujeito. Ela destaca (1985, p. 32) que, na concepção de Freud, os problemas de aprendizagem não são erros, mas “[...] são perturbações produzidas durante a aquisição e não nos mecanismos de conservação e disponibilidade [...]”; é necessário procurar compreender os problemas de aprendizagem não sobre o que se está fazendo, mas sim sobre como se está fazendo. Como proposta de intervenção procurando superara as dificuldades apresentadas por Jonas propõem a seguinte intervenção:

PROPOSTA DE DIAGNOSTICO PSICOPEDAGÓGICO
• TEMPO: 50 minutos
• FREQÜÊNCIA: 2 vezes na semana
• ESPAÇO: consultório

MODALIDADE DE PESQUISA
A presente pesquisa se caracteriza como sendo um estudo de caso. Conforme Furasté.
(2006), o estudo de caso se constitui numa pesquisa exaustiva sobre uma pessoa ou instituição específica. São estudadas as circunstancias particulares do objeto de estudo. “Geralmente são”. Analisados casos clínicos, médicos, psicanalíticos, psiquiátricos, psicológicos ou assemelhados que necessitem esclarecimentos objetivos e exclusivos “(FURASTE 2006, (p. 37)”.

A pesquisa tem o caráter experimental, o qual, segundo Lakatos e Marconi,     (2006) constituem na realização de testes-hipotéticos durante a pesquisa, procurando verificar as relações de causa-efeito. Material e instrumentos de coleta de dados Anamnese (questionário utilizado na área clinica para realizar levantamento histórico), familiar, social e econômico do paciente. Testes para diagnósticos: Avaliação das noções sobre a linguagem oral/(escrita 2) (Reconhecimento da configuração da escrita 3) (Decodificação 4) (Questionamentos sobre aprendizagem 5) Noções metalingüísticas (Consciência fonológica, Noções metalingüísticas elementares . 6) Classificação de grupos. 7) Conhecimento das funções da escrita e do tempo necessário para aprender a ler e a escrever. 8) Leitura, Interpretação de textos. Materiais utilizados nas intervenções.
Jogos:
    Lince da Graw.
    Descrição do Jogo: composto por um tabuleiro com várias figuras, um saco com as mesmas figuras do tabuleiro em forma de fichas e botões coloridos para os participantes. Cada participante recebe três fichas e cada vez que encontrarem no tabuleiro a figura correspondente deve colocar um dos botões sobre o desenho. Vence a partida o participante que achar primeiro as três figuras.
    Pega-peixes
    Descrição: peixes de plásticos que ficam encaixados num circulo que ao ser acionado fica girando. A boca do peixe, que possui um hima, abre e fecha. O jogo consiste em pegar o número maior possível de peixes com a varinha de plástico (que também possui um hima). Objetivo: trabalha a concentração e principalmente a motricidade fina. Sendo que a última tem papel fundamental no desenvolvimento da escrita. Objetivos: trabalhar a motricidade fina e visual, agilidade, concentração e memória. “Stop” descrição: produzido pela estagiária e pela paciente. Material: papel e caneta ou papel e lápis. Escrever o mais rápido possível os tópicos do jogo (nome, animal, objetos e outros). Vence quem conseguir escrever e lembrar-se de mais palavras. Objetivos: trabalhar a escrita, concentração, leitura e memória. Letras Descrição: peças quadradas de madeira com letras pintadas. Podem ser criadas várias brincadeiras com este material.
À Hora do Ruch descrição: jogo que constitui um baralho com posições que os carrinhos devem ficar no tabuleiro. O carrinho vermelho deverá sair da posição seguindo indo apenas para frente à para traz, sem pular de caminho. Objetivo: trabalha a concentração, raciocínio lógico e a motricidade fina. Tabuada Descrição jogo composto por duas roletas com números para serem multiplicadas, peças redondas, de borrachas coloridas cada cor representando unidades, dezenas e centenas. Cada participante deve rolar as duas roletas e multiplicar os números apontados pelas setas. Ao verificar o resultado deve pegar a quantidade de bolinhas que representam unidade, dezenas ou centena. Exemplo: Cinco vezes o cinco é vinte e cinco, então o participante deverá pegar duas dezenas e cinco unidades. Quando alcançar dez unidades, troca às bolinhas por uma dezena, quando alcançar dez dezenas troca por uma bolinha de centena. Vence o que tiver mais centenas ao final do. O atendimento individual para Jonas será trabalhado com brincadeiras e jogos, o objetivo é de fortalecer o vínculo afetivo com a psicopedagoga e também algumas possibilidades de trabalho para desenvolver algumas habilidades que ele necessita como: classificação/ dicotomia/ expressão oral/ organização do pensamento/ memória/ atenção, através de conversas e consignas. Ele ficará constante nos atendimentos para serem esgotadas todas as possibilidades de aprendizagem, ou seja, fazer com que a aprendizagem da criança seja sempre cada vez maior. Num primeiro encontro familiarizar-se um pouco com a criança, com uma questão aberta, explicando toda essa situação, apresentar os materiais que fazem parte dos atendimentos, estimulando-a a falar livremente e acompanhar descobrindo um pouco mais sobre o que gosta de fazer, etc. Após deixar manusear o jogo descobrir o que faz parte desse jogo e tentar ver se conhece se sabe jogar, se não sabe levar a ele a pensar e descobrir como jogar, como fazer para aprender a jogar e assim com ele ir descobrindo e lendo as regras, proporcionando a familiarização com esse instrumento. A cada atendimento sempre procurar desafios para ela superar e assim, fazendo a intervenção de acordo com o que ela vai apresentando e interagindo com a psicopedagoga.

     Psicopedagogia e dificuldades de aprendizagem

   A Psicopedagogia surge de uma necessidade de entender e solucionar as dificuldades de aprendizagem. Durante muito tempo, a criança que tivesse alguma dificuldade de aprendizagem não era respeitada em seu processo de construção do conhecimento, sofrendo preconceitos e, muitas vezes, sendo encaminhada para escolas especiais. Buscando modificar essa realidade “a Psicopedagogia surgiu na fronteira entre a Pedagogia e a Psicologia, a partir das necessidades de atendimento de crianças com ‘distúrbios de aprendizagem’, considerada inaptas dentro do sistema educacional convencional”.
  Há muito tempo, vêm-se estudando os problemas de aprendizagem apresentados pelas crianças durante seu processo de construção do conhecimento. Com o passar do tempo e com os estudos realizados, podemos perceber, a partir de novas teorias, a compreensão de que essas dificuldades podem ser expressas pelo sujeito de diversas formas e por várias causas.
  A Psicopedagogia, por exemplo, refere que a dificuldade de aprendizagem é um sintoma que surge a partir da dinâmica de relações entre o sujeito e o meio familiar e social em que vive , podendo também ser explicada pela inadaptação da prática escolar às necessidades do aluno, ou seja, os chamados processos reativos. A Psicopedagogia se apresenta com um caráter multidisciplinar devido à complexidade dos problemas de aprendizagem -, que busca conhecimento em diversas outras áreas de conhecimento, além da psicologia e da pedagogia. É necessário ter noções de linguística, para explicar como se dá o desenvolvimento da linguagem humana e sobre os processos de aquisição da linguagem oral e escrita. Requerem também, conhecimentos sobre o desenvolvimento neurológico, sobre suas disfunções que acabam dificultando a aprendizagem; de conhecimentos filosóficos e sociológicos, que nos oferece o entendimento sobre a visão do homem, seus relacionamentos a cada momento histórico e sua correspondente concepção de aprendizagem. Portanto, o psicopedagogo deverá ter um embasamento teórico para o desenvolvimento de sua função. Assim sendo, a psicopedagogia  se propõe a integrar, de modo coerente, conhecimentos e princípios de distintas ciências humanas, objetivando adquirir uma ampla compreensão sobre os variados processos inerentes ao aprender.
Não existe ensinar sem aprender e com isto eu quero dizer mais do que diria se dissesse que o ato de ensinar exige a existência de quem ensina e de quem aprende. (FREIRE, 1993).


  Contribuições da Psicopedagogia na prevenção das dificuldades de aprendizagem

    A Psicopedagogia Institucional preocupa-se com a instituição escolar e com a prevenção das dificuldades de aprendizagem. A criança que apresenta dificuldades de aprendizagem não consegue aprender ou sua aprendizagem é dificultada devido a fatores internos ou familiares, aparecendo como sintoma de algum conflito individual ou no relacionamento familiar ou uma inibição, na qual o sujeito não consegue nem sequer aproximar-se do objeto de conhecimento, ou fatores externos ao sujeito aparecendo como um processo reativo à instituição escolar (passividade, indisciplina).
   No método clínico, o psicopedagogo intervém no processo educativo, buscando investigar o desenvolvimento psicológico, e, também, procura conhecer a forma como o indivíduo organiza sua estrutura intelectual.
    Segundo Paín (1985) há duas condições que possibilitam a aprendizagem, as externas que indicam o ambiente que este aluno está inserido e as internas que estão relacionadas com a subjetividade do sujeito. É necessário que o professor tenha um olhar crítico e investigativo em relação aos seus alunos, percebendo cada sujeito como individual e fruto de uma história que contribui para a construção de seus vínculos, significados e constituição da modalidade de aprendizagem. Desta forma, se faz necessário perceber que cada grupo de alunos constitui uma identidade, um conjunto de sujeitos diferentes que constituem outra história e uma modalidade de interações, de significados e relações de aprendizagem.
  Todas as aprendizagens da criança partem dessas experiências corporais e afetivas, tendo o jogo, um papel crucial no desenvolvimento da criança. Piaget (1992) afirma que para que a criança construa algum conhecimento, é necessário que este tenha significado para ela. Paín (in PARENTE, 2000, p.19) afirma: “temos que tornar o terreno o mais fértil possível a partir de sensações corporais e afetivas.”, ou seja, temos que significar as aprendizagens da criança.
   A criança é um ser único e social, que têm uma história, necessidades e desejos distintos e estes devem ser respeitados, sem se esquecer da principal necessidade da criança, que é a interação e trocas com o meio social. Essas trocas sejam com adultos ou crianças, são indispensáveis para o desenvolvimento da criança.

O papel da Neuropsicologia e a sua contribuição para a psicopedagogia
     Consideramos a Neuropsicologia como a ciência que tem por objeto o estudo das relações entre as funções do sistema nervoso e o comportamento humano (Luria, l966). Através dela podemos compreender os processos mnêmicos, perceptivos, de aprendizado e de solução de problemas, dentre outras atividades cognitivas. O interesse pelo estudo dos mecanismos da atividade cerebral nos levou a buscar subsídios nas obras de um respeitado clássico da literatura neuropsicológica - Alexandre Romanovich Luria (l902-l977). Segundo ele, a investigação neuropsicológica permite conhecer a estrutura interna dos processos psicológicos e da conexão interna que os une. Ela também nos possibilita realizar um exame pormenorizado das alterações que surgem nos casos de lesões cerebrais locais, assim como as maneiras pelas quais os processos psicológicos são alterados por essas lesões. A contribuição deste exame também é extensiva ao processo ensino aprendizagem em geral, pois nos permitem estabelecer algumas relações entre as funções psicológicas superiores - linguagem, atenção, memória, etc. - e a aprendizagem simbólica (conceitos, escrita, leitura, etc.), ou seja, o modelo neuropsicológico das dificuldades da aprendizagem preocupa-se em reunir uma amostra de funções mentais superiores envolvidas na quais estão, obviamente, correlacionadas com a organização funcional do cérebro. Sem essa condição, a aprendizagem não se processa normalmente e, neste caso, podemos nos deparar com uma disfunção ou lesão cerebral. Hoje a Neuropsicologia busca investigar as funções cerebrais superiores a partir do comportamento cognitivos, sensoriais, motor, emocional e social do sujeito. Ela também pode ser descrita como a análise sistemática dos distúrbios de comportamento, que se seguem a alterações da atividade cerebral normal, causadas por doenças, lesões ou malformações do desenvolvimento e funcionamento normal do cérebro que se podem compreender alterações cerebrais, como no caso de disfunções cognitivas e do comportamento resultante de lesões, doenças ou desenvolvimento anormal do cérebro. Dessa forma busca localizar as lesões cerebrais, responsáveis pelos distúrbios específicos de comportamento e permitir uma melhor compreensão das funções psicológicas e as interações (Cérebros-comportamentais). Ao fornecer subsídios para investigar a compreensão do funcionamento intelectual da criança, em nosso caso, a Neuropsicologia pode instrumentar diferentes profissionais, tais como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogo, etc.; promovendo uma intervenção terapêutica mais eficiente. A intervenção neuropsicológica permite a habilitação da percepção (função do cérebro que dá significado a tudo o que é recebido pelos órgãos dos sentidos); atenção; concentração; memória; criatividade; orientação espacial; comunicação.

A psicanálise e sua contribuição para a psicopedagogia no processo ensino-aprendizagem

O estudo da Psicanálise que é um método de tratamento psíquico e de investigação do inconsciente desenvolvido por Sigmund Freud (1896). Foi com base em suas observações clínicas, Freud constatou que o desenvolvimento da personalidade da criança e do adolescente ocorre devido às pulsões sexuais e, ainda, que estas, pelo fato mesmo de a criança estar em fase de desenvolvimento, são parciais. Temos assim as seguintes pulsões parciais: oral, anal, fálica, de latência e genital. As principais contribuições da Psicanálise a Psicopedagogia abrangem fundamentalmente o funcionamento e a dinâmica da estrutura da personalidade, o modo como cada indivíduo lida com seus impulsos e desejos (função do id), a maneira que cada aprendiz lida com a percepção de si (função ecóica), o modo como a criança, o adolescente ou o adulto lida com seus objetos internos, o modo como cada pessoa valoriza ou não seus objetos internos (função super ecóica) e a maneira como valoriza e aproveitam seus valores adquiridos de seus pais, professores. A Psicanálise auxilia o psicopedagogo a dar um significado maior ao vínculo e à relação com o indivíduo que ele atua. Na prática educativa o conhecimento dessas causas que originam as inter relações às atitudes e as ações do aluno pode ser utilizada pelo professor para compreensão desse aluno e para um melhor relacionamento com ele e que traz benefícios ao desenvolvimento e à aprendizagem. O psicopedagogo precisa estar atento para perceber que tipo de metodologia deverá utilizar em cada cliente. Para isso é importante analisar o vínculo que estabelecemos com cada paciente, suas necessidades e a maneira de trabalhar que combina melhor com suas características individuais e/ou sociais. 



















CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos atuais problemas escolares apresentados pelos alunos, nas escolas, muito tem se falado com relação à dificuldade de aprendizagem, indisciplina, timidez, agressividade, problemas emocionais, problemas cognitivos, sociais e biológicos. E então é necessário investigar todos os aspectos que possam estar contribuindo de alguma forma para a problemática, a fim de intervir da melhor maneira possível, fazendo uma avaliação diagnóstica.
E por isso é muito importante a atuação do psicopedagogo, sabendo sobre esse diagnóstico, fazer uma reflexão, para saber qual a melhor forma de intervenção necessária para trabalhar com esse meu paciente, usando os recursos e recorrendo a várias estratégias, objetivando-se a ajudar a criança a superar suas dificuldades.
E os atendimentos têm se mostrado bastantes eficientes no sentido de se atingir tal objetivo. Estes se constituem em encontros de caráter lúdico individual ou em grupos de crianças, onde são realizados jogos, brincadeiras, produções artísticas, contagem de histórias e outras atividades que permitam a expressão da criança e que forneçam possibilidade de análise e desenvolvimento de habilidades que a criança necessite estar sendo desenvolvida de acordo com a avaliação diagnóstica.











REFERÊNCIAS
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BARBOSA, L. M. S. Caixa de trabalho uma ação Psicopedagógica proposta pela Epistemologia Convergente, in Psicopedagogia e Aprendizagem. Coletânea de reflexões. Curitiba, 2002.
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BOSSA, N. A. A. Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.
OLIVEIRA, M.A.C. Psicopedagogia: a instituição em foco. Curitiba, Ibepex, 2005.
PAIN, S. Diagnóstico e Tratamento e os Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1985. Reimp. 2008.
FERNÁNDEZ, A. O Saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: Artmed, 2001.
PAIN, S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 1992.
PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas: problema central desenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar. 1976.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
WEISS, M. L. Reflexões sobre o diagnóstico psicopedagógico. In: BOSSA, N.A. Psicopedagogia no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Aprendizagem. Caderno CEDE, Campinas, n. 28, p. 31-48, 1993.
FERNANDEZ, Alícia. A inteligência aprisionada. Tradução: Iara Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
FONTANA, Roseli A. C.; DA CRUZ, Maria Nazaré: Psicologia e Trabalho