domingo, 3 de junho de 2012

ESTUDO DE CASO JONAS

FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA – FACINTER
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL
  


                      




ESTUDO DO CASO “JONAS”: CONTRIBUIÇAO PSICOPEDAGOGICA DIANTE DA EPISTEMOLOGIA GENETICA, NEUROPSICOLOGIA E PSICANALISE PARA A INSTITUIÇÃO ESCOLAR



Produção de Conhecimento realizada como requisito parcial para obtenção de nota do Curso de Pós – Graduação em Psicopedagoga Clínica e Institucional, sob orientação da Professora Cleonice Sales e Coordenação da Professora Regiane Banzzatto Bergamo.













                                  Aquidauana – MS
                                  Dezembro-2010


ESTUDO DO CASO JONAS CONTRIBUIÇÃO PSICIPEDAGOGICA DIANTE DA EPISTEMOLOGIA GENETICA, NEUROPSICOLOGIA E PSICANALISE PARA A INSTITUIÇÃO ESCOLAR.



INTRODUÇAO

A produção deste conhecimento constituiu-se de uma reflexão proposta para a ampliação e aprofundamento do estudo do caso Jonas com contribuição Psicopedagógica diante da Epistemologia Genética, Neuropsicologia e Psicanálise para a instituição escolar. O estudo do caso foi proposto com a finalidade de ilustrar as possíveis causas das dificuldades de aprendizagem apresentadas por uma criança do ensino fundamental da rede publica providenciando intervenções necessárias. Objetivo desse trabalho volta-se para o reconhecimento da necessidade de formação especifica ou especialidade para o trabalho pedagógico e psicopedagógico. Para compreender o processo de desenvolvimento das crianças no que diz respeito à aprendizagem, é preciso buscar recursos que possam auxiliar e contribuir. E é por meio desta busca de subsídios da psicopedagogia que é a área de estudos de caráter teórico pratico e interdisciplinar que instrumentaliza o profissional nas tarefas de educar ou de ensinar. Na área da psicopedagogia, os trabalhos sobre as dificuldades de aprendizagem têm procurado chegar a diagnósticos precisos das causas e deficiências apresentadas pelas crianças.


DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO IDENTIFICAÇÃO
     Nome Jonas
    Jonas. Têm oito anos, mora com a mãe, está cursando o segundo ano e vem apresentando dificuldades de aprendizagem. Durante o diagnóstico operatório, Jonas apresentou um resultado abaixo do esperado para sua idade cronológica. Para conservação de quantidade, não conseguiu perceber que é possível alterar a forma sem alterar a quantidade. Ao realizar a classificação de objetos, não conseguiu perceber a semelhança entre eles, também demonstrou que não possui domínio de planejamento, e ainda, que não sabe fazer a relação da parte com o todo. Durante as provas operativas foi possível observar dificuldades em organizar e expor seus pensamentos, assim como rigidez para situações de mudanças. Essas dificuldades operativas podem estar interferindo na sua produção escolar, principalmente com relação ao raciocínio matemático. Sua lateralidade apresenta-se cruzada, assim como, mal definida; erram direita e esquerda em si e na examinadora; faz espelhamento de posições e gravuras. Apresenta dificuldade de orientação espacial e percepção visual. Essas dificuldades podem estar aliadas à falta de atenção e concentração. Apresenta bom raciocínio lógico verbal, porém demonstram dificuldades para memorização e para discriminação fonemática, com trocas auditivamente semelhantes. Essas dificuldades podem estar aliadas à imaturidade na percepção auditiva.
      Nas provas pedagógicas foi possível observar que Jonas sente “medo” de escrever “errado”. Ainda não entende a escrita como uma forma de representação gráfica que possui características próprias independente do objeto que representa, ou seja, a palavra trem é maior que telefone. Jonas revela-se ansioso, tenso e inseguro, principalmente diante de situações em que o resultado depende dela mesma. Essa insegurança e ansiedade fazem com que Jonas nem tente executar ou responder a alguma tarefa que pareça diferente ou nova, dizendo “não sei”. Portanto, apresenta uma conduta evitativa para o que não sabe ou sente dificuldade. A auto-estima de Jonas, no momento, se encontra bastante rebaixada, pois sente que não é capaz de produzir o que lhe é solicitado, tendo que esperar aprovação de outrem para que possa apresentar algum resultado. No que se refere à família, foi possível observar bom vínculo com os pais. Quanto ao diagnóstico funcional orgânico, foi possível observar que não tem dificuldades em coordenar seus movimentos.

CONCLUSÃO trata-se de uma criança com dificuldades de aprendizagem, que podem estar aliadas aos transtornos de saúde que ocorreram numa fase de grande importância para o seu desenvolvimento cognitivo e emocional*. Portanto, os obstáculos funcionais orgânicos, aliados a fatores emocionais, interferem diretamente em seu desempenho escolar.

INDICAÇÕES GERAIS: Neuropediatra; Exame da percepção da fala; Oftalmologista; Psicoterapia.

INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: Psicopedagogia
*Jonas, teve um grave problema de saúde buscou ajuda de uma psicóloga quando ele tinha 4 anos de idade

DESENVOLVIMENTO

Ao analisar as dificuldades de aprendizagem de Jonas queremos salientar algumas concepções sobre aprendizagem. Embora de maneiras diversificadas, serão feitas algumas considerações sobre a visão construtivista de Piaget e a histórico-cultural de Vygotsky.
    Para Piaget (1972), a aprendizagem e dependente da maturação biológica do indivíduo em que existem estágios do desenvolvimento humano que fazem parte desta estrutura orgânica. O processo de aprendizagem ocorre à medida que a criança age sobre seu meio externo, utilizando para tal os seus sentidos (visão, tato, olfato, audição e gustação). Portanto para aprender a utilizar o processo de assimilação e acomodação, os quais permitem a apreensão das informações externas associando-as ao que já possuem, e formando novos conhecimentos. Considerando que houve aprendizagem quando a criança ou o jovem consegue manter este processo continuo equilíbrio, desequilíbrio e equilíbrio, formando sempre novos conhecimentos e apropriando-se deste. A concepção histórica-cultural de Vygotsky (1985) trouxe a relevância do desenvolvimento das funções psíquicas, superiores dos indivíduos em conjunto com suas interações sociais e históricas como sendo fatores decisivos na aprendizagem humana. Vygotsky (1985) apresentou o conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZPD), no primeiro momento tem-se a necessidade de considerar que a criança já possui noções de quantidade, valores e outras as quais não devem ser ignoradas. Este tipo de conhecimento, ou seja, aquele que o individuo a possui e consegue agir sozinho, é chamado de nível do desenvolvimento real. Porém, esta mesma criança pode fazer outras atividades com auxilio de um mediador ou com ajuda de pessoas mais experientes em determinado conteúdo, este nível é chamado de desenvolvimento potencial. O período intermediário entre o conhecimento real e potencial é chamado proximal, todo conhecimento potencial. Segundo Vygotsky (1985), tem possibilidade de se tornar real, a criança após vivenciar estas experiências, passa a internalizar os conhecimentos mediados e agora aprendidos. Aprendizagem nesta concepção também é continua, porém a aprendizagem pode anteceder o desenvolvimento, sendo que a primeira não tão dependente do segundo, como na teoria construtivista. Umas das discussões polêmicas a cerca das dificuldades de aprendizagem é a diferenciação destas classificações, como distúrbio, transtorno e ate mesmo deficiência - considerada tal problemática conforme Móojen (1999), os termos dificuldades, distúrbios e transtornos são muitas vezes utilizados como se tivesse o mesmo significado o que é um equivoco, pois se tratam de quadros diagnósticos diferenciados. Com a finalidade de esclarecer as particularidades de cada termo, Móojen (1999), elaborou as seguintes classificações:

Dificuldades de aprendizagem [...] podem ser de percurso evolutivo transitório ou secundarias as outras patologias (deficiência mental, sensorial, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. transtornos emocionais neurológicos, etc.) transtornos de aprendizagem descritos pelos manuais de diagnósticos (DSM0-IV e CID-10). Nestes últimos são descritos os especificadores de gravidade e curso: os leves, moderados e os severos. Os severos que persistem até a vida adulta e recebem a denominação de dislexia evolutiva ou de desenvolvimento. (MÓOJEN, 1999, p.32)

   Os objetivos das praticas e intervenções foram o de possibilitar outras formas dos conteúdos necessários para pratica da leitura, interpretação e raciocino lógico matemático. 

      .Quando a criança começa a apresentar dificuldades escolares e falta de interesse, é necessário pesquisar a causa real do problema. Ela precisa de compreensão, orientação e instrução adequadas para superar dificuldades. É preciso oferecer recursos multissensoriais, e desenvolver estratégias do ensino, de modo que o sujeito tenha sucesso no maior número de áreas possíveis, para fortalecer sua auto-estima. Não devemos esquecer que cada sujeito tem um ritmo próprio para aprender. Quando falamos em diagnóstico psicopedagógico, o psicopedagogo deve ter um olhar que compõe o todo, levando-se em conta a totalidade dos fatores envolvidos neste processo, tanto interno quanto externo. Dentre os fatores externos relacionados ao contexto em que a criança está inserida. E dentre os fatores internos são apontados biológicas (organismo e cognitivo) e psicológicos. “É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo recorrendo, para isso, a conhecimentos práticos e teóricos. Esta investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de intervenções e da”... “Escuta Psicopedagógica...”, para que “... se possam decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção”. (“BOSSA, 2000, p. 24)”. No diagnóstico de Jonas apresenta-se com dificuldades de aprendizagem, que podem estar aliadas aos transtornos de saúde que ocorreram numa fase de grande importância para o seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Portanto, os obstáculos funcionais orgânicos, aliados a fatores emocionais, interferem diretamente em seu desempenho escolar. Ao tratar sobre os fatores orgânicos, Paín (1985, p. 28) esclarece: “a origem de toda aprendizagem está nos esquemas de ação desdobrados mediante o corpo.” Como o indivíduo é um todo e não partes que trabalham isoladas são necessárias uma integração entre anatomia, bom funcionamento de todos os órgãos, bem como do sistema nervoso central. No que se refere aos fatores específicos, à autora afirma existirem diversas desordens específicas ligadas a determinadas áreas também específicas, as quais perpassam questões cognitivas e motoras. Quanto aos fatores psicógenos, subsidia-se na teoria psicanalítica, mas afirma que se devem levar em consideração também às disposições orgânicas e ambientais do sujeito. Ela destaca (1985, p. 32) que, na concepção de Freud, os problemas de aprendizagem não são erros, mas “[...] são perturbações produzidas durante a aquisição e não nos mecanismos de conservação e disponibilidade [...]”; é necessário procurar compreender os problemas de aprendizagem não sobre o que se está fazendo, mas sim sobre como se está fazendo. Como proposta de intervenção procurando superara as dificuldades apresentadas por Jonas propõem a seguinte intervenção:

PROPOSTA DE DIAGNOSTICO PSICOPEDAGÓGICO
• TEMPO: 50 minutos
• FREQÜÊNCIA: 2 vezes na semana
• ESPAÇO: consultório

MODALIDADE DE PESQUISA
A presente pesquisa se caracteriza como sendo um estudo de caso. Conforme Furasté.
(2006), o estudo de caso se constitui numa pesquisa exaustiva sobre uma pessoa ou instituição específica. São estudadas as circunstancias particulares do objeto de estudo. “Geralmente são”. Analisados casos clínicos, médicos, psicanalíticos, psiquiátricos, psicológicos ou assemelhados que necessitem esclarecimentos objetivos e exclusivos “(FURASTE 2006, (p. 37)”.

A pesquisa tem o caráter experimental, o qual, segundo Lakatos e Marconi,     (2006) constituem na realização de testes-hipotéticos durante a pesquisa, procurando verificar as relações de causa-efeito. Material e instrumentos de coleta de dados Anamnese (questionário utilizado na área clinica para realizar levantamento histórico), familiar, social e econômico do paciente. Testes para diagnósticos: Avaliação das noções sobre a linguagem oral/(escrita 2) (Reconhecimento da configuração da escrita 3) (Decodificação 4) (Questionamentos sobre aprendizagem 5) Noções metalingüísticas (Consciência fonológica, Noções metalingüísticas elementares . 6) Classificação de grupos. 7) Conhecimento das funções da escrita e do tempo necessário para aprender a ler e a escrever. 8) Leitura, Interpretação de textos. Materiais utilizados nas intervenções.
Jogos:
    Lince da Graw.
    Descrição do Jogo: composto por um tabuleiro com várias figuras, um saco com as mesmas figuras do tabuleiro em forma de fichas e botões coloridos para os participantes. Cada participante recebe três fichas e cada vez que encontrarem no tabuleiro a figura correspondente deve colocar um dos botões sobre o desenho. Vence a partida o participante que achar primeiro as três figuras.
    Pega-peixes
    Descrição: peixes de plásticos que ficam encaixados num circulo que ao ser acionado fica girando. A boca do peixe, que possui um hima, abre e fecha. O jogo consiste em pegar o número maior possível de peixes com a varinha de plástico (que também possui um hima). Objetivo: trabalha a concentração e principalmente a motricidade fina. Sendo que a última tem papel fundamental no desenvolvimento da escrita. Objetivos: trabalhar a motricidade fina e visual, agilidade, concentração e memória. “Stop” descrição: produzido pela estagiária e pela paciente. Material: papel e caneta ou papel e lápis. Escrever o mais rápido possível os tópicos do jogo (nome, animal, objetos e outros). Vence quem conseguir escrever e lembrar-se de mais palavras. Objetivos: trabalhar a escrita, concentração, leitura e memória. Letras Descrição: peças quadradas de madeira com letras pintadas. Podem ser criadas várias brincadeiras com este material.
À Hora do Ruch descrição: jogo que constitui um baralho com posições que os carrinhos devem ficar no tabuleiro. O carrinho vermelho deverá sair da posição seguindo indo apenas para frente à para traz, sem pular de caminho. Objetivo: trabalha a concentração, raciocínio lógico e a motricidade fina. Tabuada Descrição jogo composto por duas roletas com números para serem multiplicadas, peças redondas, de borrachas coloridas cada cor representando unidades, dezenas e centenas. Cada participante deve rolar as duas roletas e multiplicar os números apontados pelas setas. Ao verificar o resultado deve pegar a quantidade de bolinhas que representam unidade, dezenas ou centena. Exemplo: Cinco vezes o cinco é vinte e cinco, então o participante deverá pegar duas dezenas e cinco unidades. Quando alcançar dez unidades, troca às bolinhas por uma dezena, quando alcançar dez dezenas troca por uma bolinha de centena. Vence o que tiver mais centenas ao final do. O atendimento individual para Jonas será trabalhado com brincadeiras e jogos, o objetivo é de fortalecer o vínculo afetivo com a psicopedagoga e também algumas possibilidades de trabalho para desenvolver algumas habilidades que ele necessita como: classificação/ dicotomia/ expressão oral/ organização do pensamento/ memória/ atenção, através de conversas e consignas. Ele ficará constante nos atendimentos para serem esgotadas todas as possibilidades de aprendizagem, ou seja, fazer com que a aprendizagem da criança seja sempre cada vez maior. Num primeiro encontro familiarizar-se um pouco com a criança, com uma questão aberta, explicando toda essa situação, apresentar os materiais que fazem parte dos atendimentos, estimulando-a a falar livremente e acompanhar descobrindo um pouco mais sobre o que gosta de fazer, etc. Após deixar manusear o jogo descobrir o que faz parte desse jogo e tentar ver se conhece se sabe jogar, se não sabe levar a ele a pensar e descobrir como jogar, como fazer para aprender a jogar e assim com ele ir descobrindo e lendo as regras, proporcionando a familiarização com esse instrumento. A cada atendimento sempre procurar desafios para ela superar e assim, fazendo a intervenção de acordo com o que ela vai apresentando e interagindo com a psicopedagoga.

     Psicopedagogia e dificuldades de aprendizagem

   A Psicopedagogia surge de uma necessidade de entender e solucionar as dificuldades de aprendizagem. Durante muito tempo, a criança que tivesse alguma dificuldade de aprendizagem não era respeitada em seu processo de construção do conhecimento, sofrendo preconceitos e, muitas vezes, sendo encaminhada para escolas especiais. Buscando modificar essa realidade “a Psicopedagogia surgiu na fronteira entre a Pedagogia e a Psicologia, a partir das necessidades de atendimento de crianças com ‘distúrbios de aprendizagem’, considerada inaptas dentro do sistema educacional convencional”.
  Há muito tempo, vêm-se estudando os problemas de aprendizagem apresentados pelas crianças durante seu processo de construção do conhecimento. Com o passar do tempo e com os estudos realizados, podemos perceber, a partir de novas teorias, a compreensão de que essas dificuldades podem ser expressas pelo sujeito de diversas formas e por várias causas.
  A Psicopedagogia, por exemplo, refere que a dificuldade de aprendizagem é um sintoma que surge a partir da dinâmica de relações entre o sujeito e o meio familiar e social em que vive , podendo também ser explicada pela inadaptação da prática escolar às necessidades do aluno, ou seja, os chamados processos reativos. A Psicopedagogia se apresenta com um caráter multidisciplinar devido à complexidade dos problemas de aprendizagem -, que busca conhecimento em diversas outras áreas de conhecimento, além da psicologia e da pedagogia. É necessário ter noções de linguística, para explicar como se dá o desenvolvimento da linguagem humana e sobre os processos de aquisição da linguagem oral e escrita. Requerem também, conhecimentos sobre o desenvolvimento neurológico, sobre suas disfunções que acabam dificultando a aprendizagem; de conhecimentos filosóficos e sociológicos, que nos oferece o entendimento sobre a visão do homem, seus relacionamentos a cada momento histórico e sua correspondente concepção de aprendizagem. Portanto, o psicopedagogo deverá ter um embasamento teórico para o desenvolvimento de sua função. Assim sendo, a psicopedagogia  se propõe a integrar, de modo coerente, conhecimentos e princípios de distintas ciências humanas, objetivando adquirir uma ampla compreensão sobre os variados processos inerentes ao aprender.
Não existe ensinar sem aprender e com isto eu quero dizer mais do que diria se dissesse que o ato de ensinar exige a existência de quem ensina e de quem aprende. (FREIRE, 1993).


  Contribuições da Psicopedagogia na prevenção das dificuldades de aprendizagem

    A Psicopedagogia Institucional preocupa-se com a instituição escolar e com a prevenção das dificuldades de aprendizagem. A criança que apresenta dificuldades de aprendizagem não consegue aprender ou sua aprendizagem é dificultada devido a fatores internos ou familiares, aparecendo como sintoma de algum conflito individual ou no relacionamento familiar ou uma inibição, na qual o sujeito não consegue nem sequer aproximar-se do objeto de conhecimento, ou fatores externos ao sujeito aparecendo como um processo reativo à instituição escolar (passividade, indisciplina).
   No método clínico, o psicopedagogo intervém no processo educativo, buscando investigar o desenvolvimento psicológico, e, também, procura conhecer a forma como o indivíduo organiza sua estrutura intelectual.
    Segundo Paín (1985) há duas condições que possibilitam a aprendizagem, as externas que indicam o ambiente que este aluno está inserido e as internas que estão relacionadas com a subjetividade do sujeito. É necessário que o professor tenha um olhar crítico e investigativo em relação aos seus alunos, percebendo cada sujeito como individual e fruto de uma história que contribui para a construção de seus vínculos, significados e constituição da modalidade de aprendizagem. Desta forma, se faz necessário perceber que cada grupo de alunos constitui uma identidade, um conjunto de sujeitos diferentes que constituem outra história e uma modalidade de interações, de significados e relações de aprendizagem.
  Todas as aprendizagens da criança partem dessas experiências corporais e afetivas, tendo o jogo, um papel crucial no desenvolvimento da criança. Piaget (1992) afirma que para que a criança construa algum conhecimento, é necessário que este tenha significado para ela. Paín (in PARENTE, 2000, p.19) afirma: “temos que tornar o terreno o mais fértil possível a partir de sensações corporais e afetivas.”, ou seja, temos que significar as aprendizagens da criança.
   A criança é um ser único e social, que têm uma história, necessidades e desejos distintos e estes devem ser respeitados, sem se esquecer da principal necessidade da criança, que é a interação e trocas com o meio social. Essas trocas sejam com adultos ou crianças, são indispensáveis para o desenvolvimento da criança.

O papel da Neuropsicologia e a sua contribuição para a psicopedagogia
     Consideramos a Neuropsicologia como a ciência que tem por objeto o estudo das relações entre as funções do sistema nervoso e o comportamento humano (Luria, l966). Através dela podemos compreender os processos mnêmicos, perceptivos, de aprendizado e de solução de problemas, dentre outras atividades cognitivas. O interesse pelo estudo dos mecanismos da atividade cerebral nos levou a buscar subsídios nas obras de um respeitado clássico da literatura neuropsicológica - Alexandre Romanovich Luria (l902-l977). Segundo ele, a investigação neuropsicológica permite conhecer a estrutura interna dos processos psicológicos e da conexão interna que os une. Ela também nos possibilita realizar um exame pormenorizado das alterações que surgem nos casos de lesões cerebrais locais, assim como as maneiras pelas quais os processos psicológicos são alterados por essas lesões. A contribuição deste exame também é extensiva ao processo ensino aprendizagem em geral, pois nos permitem estabelecer algumas relações entre as funções psicológicas superiores - linguagem, atenção, memória, etc. - e a aprendizagem simbólica (conceitos, escrita, leitura, etc.), ou seja, o modelo neuropsicológico das dificuldades da aprendizagem preocupa-se em reunir uma amostra de funções mentais superiores envolvidas na quais estão, obviamente, correlacionadas com a organização funcional do cérebro. Sem essa condição, a aprendizagem não se processa normalmente e, neste caso, podemos nos deparar com uma disfunção ou lesão cerebral. Hoje a Neuropsicologia busca investigar as funções cerebrais superiores a partir do comportamento cognitivos, sensoriais, motor, emocional e social do sujeito. Ela também pode ser descrita como a análise sistemática dos distúrbios de comportamento, que se seguem a alterações da atividade cerebral normal, causadas por doenças, lesões ou malformações do desenvolvimento e funcionamento normal do cérebro que se podem compreender alterações cerebrais, como no caso de disfunções cognitivas e do comportamento resultante de lesões, doenças ou desenvolvimento anormal do cérebro. Dessa forma busca localizar as lesões cerebrais, responsáveis pelos distúrbios específicos de comportamento e permitir uma melhor compreensão das funções psicológicas e as interações (Cérebros-comportamentais). Ao fornecer subsídios para investigar a compreensão do funcionamento intelectual da criança, em nosso caso, a Neuropsicologia pode instrumentar diferentes profissionais, tais como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogo, etc.; promovendo uma intervenção terapêutica mais eficiente. A intervenção neuropsicológica permite a habilitação da percepção (função do cérebro que dá significado a tudo o que é recebido pelos órgãos dos sentidos); atenção; concentração; memória; criatividade; orientação espacial; comunicação.

A psicanálise e sua contribuição para a psicopedagogia no processo ensino-aprendizagem

O estudo da Psicanálise que é um método de tratamento psíquico e de investigação do inconsciente desenvolvido por Sigmund Freud (1896). Foi com base em suas observações clínicas, Freud constatou que o desenvolvimento da personalidade da criança e do adolescente ocorre devido às pulsões sexuais e, ainda, que estas, pelo fato mesmo de a criança estar em fase de desenvolvimento, são parciais. Temos assim as seguintes pulsões parciais: oral, anal, fálica, de latência e genital. As principais contribuições da Psicanálise a Psicopedagogia abrangem fundamentalmente o funcionamento e a dinâmica da estrutura da personalidade, o modo como cada indivíduo lida com seus impulsos e desejos (função do id), a maneira que cada aprendiz lida com a percepção de si (função ecóica), o modo como a criança, o adolescente ou o adulto lida com seus objetos internos, o modo como cada pessoa valoriza ou não seus objetos internos (função super ecóica) e a maneira como valoriza e aproveitam seus valores adquiridos de seus pais, professores. A Psicanálise auxilia o psicopedagogo a dar um significado maior ao vínculo e à relação com o indivíduo que ele atua. Na prática educativa o conhecimento dessas causas que originam as inter relações às atitudes e as ações do aluno pode ser utilizada pelo professor para compreensão desse aluno e para um melhor relacionamento com ele e que traz benefícios ao desenvolvimento e à aprendizagem. O psicopedagogo precisa estar atento para perceber que tipo de metodologia deverá utilizar em cada cliente. Para isso é importante analisar o vínculo que estabelecemos com cada paciente, suas necessidades e a maneira de trabalhar que combina melhor com suas características individuais e/ou sociais. 



















CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos atuais problemas escolares apresentados pelos alunos, nas escolas, muito tem se falado com relação à dificuldade de aprendizagem, indisciplina, timidez, agressividade, problemas emocionais, problemas cognitivos, sociais e biológicos. E então é necessário investigar todos os aspectos que possam estar contribuindo de alguma forma para a problemática, a fim de intervir da melhor maneira possível, fazendo uma avaliação diagnóstica.
E por isso é muito importante a atuação do psicopedagogo, sabendo sobre esse diagnóstico, fazer uma reflexão, para saber qual a melhor forma de intervenção necessária para trabalhar com esse meu paciente, usando os recursos e recorrendo a várias estratégias, objetivando-se a ajudar a criança a superar suas dificuldades.
E os atendimentos têm se mostrado bastantes eficientes no sentido de se atingir tal objetivo. Estes se constituem em encontros de caráter lúdico individual ou em grupos de crianças, onde são realizados jogos, brincadeiras, produções artísticas, contagem de histórias e outras atividades que permitam a expressão da criança e que forneçam possibilidade de análise e desenvolvimento de habilidades que a criança necessite estar sendo desenvolvida de acordo com a avaliação diagnóstica.











REFERÊNCIAS
BARBOSA, L. M. S. Intervenção Psicopedagógica no Espaço da Clínica. Curitiba: Ibepex, 2010.
BARBOSA, L. M. S. Caixa de trabalho uma ação Psicopedagógica proposta pela Epistemologia Convergente, in Psicopedagogia e Aprendizagem. Coletânea de reflexões. Curitiba, 2002.
BARBOSA, L. M. Intervenção Psicopedagógica no Espaço da Clínica. Curitiba: Ibepex, 2010.
BOSSA, N. A. A. Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.
OLIVEIRA, M.A.C. Psicopedagogia: a instituição em foco. Curitiba, Ibepex, 2005.
PAIN, S. Diagnóstico e Tratamento e os Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1985. Reimp. 2008.
FERNÁNDEZ, A. O Saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: Artmed, 2001.
PAIN, S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 1992.
PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas: problema central desenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar. 1976.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
WEISS, M. L. Reflexões sobre o diagnóstico psicopedagógico. In: BOSSA, N.A. Psicopedagogia no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Aprendizagem. Caderno CEDE, Campinas, n. 28, p. 31-48, 1993.
FERNANDEZ, Alícia. A inteligência aprisionada. Tradução: Iara Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
FONTANA, Roseli A. C.; DA CRUZ, Maria Nazaré: Psicologia e Trabalho





 

RELATÓRIO INSTITUCIONAL


FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA







APARECIDA DE SOUSA DOS SANTOS












RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL























AQUUIDAUANA
2011



 APARECIDA DE SOUSA DOS SANTOS









RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL





Relatório de Estágio institucional
 Apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista no curso de pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional, na modalidade à distância, da Faculdade Internacional de Curitiba - Facinter.

Prof.ª Me Regiane B. Bergamo








 






AQUIDAUANA
2011








FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA






Relatório Final de Estágio de Psicopedagogia Clínica apresentado à Faculdade Internacional de Curitiba - Facinter, do curso de especialização em Psicopedagogia Clínica e Instrucional.







Nota: _____________ (  ) A = Aprovado (  ) R = Reprovado











__________________________________________
Profº Orientador
Responsável pela Prática Psicopedagógica













SUMÁRIO





















1. INTRODUÇÃO
A instituição escolar, assim como a família tem apresentado algumas queixas com problemas escolares apresentados pelos alunos. Diante disso faz-se necessário investigar os aspectos que possam estar contribuindo para essa problemática a fim de intervir para que nós, enquanto psicopedagogo possa contribuir para um melhor funcionamento institucional.
Portanto, o presente trabalho consiste num relato descritivo da experiência de estagio em uma Escola Estadual da rede Pública do Município de Aquidauana, MS, realizado a partir da proposta de ensino do curso de pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional da Faculdade Internacional de Curitiba – FACINTER.
A relevância deste trabalho oportuniza aos pós-graduandos o aperfeiçoamento e o entrelaçamento do conhecimento teórico com a construção de um exercício profissional no campo de atuação da Psicopedagogia de cunho institucional.













2. DESENVOLVIME NTO
2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
  O Estágio Psicopedagógico Clínico realizou-se na Escola Estadual Coronel Antônio Trindade, localizada na Rua Giovani Toscano de Brito, nº380, Vila Trindade, telefone (67) 3241- 2730 municípios de Aquidauana – MS
            O município de Aquidauana possui cerca de 45.623 habitantes (Censo -IBGE,2010) e está situado ao sul da região Centro-Oeste do Brasil, no Pantanal Sul-Mato-Grossense,  está distante cerca de 130 km da capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande.
        Fundada em 15 de Agosto de 1892, Aquidauana encontra-se é rodeada de distritos e aldeias indígenas dependentes do município. As atividades relacionadas à industria, serviços e agropecuária são a base da economia do município.
       A Escola Estadual Coronel Antônio Trindade foi fundada em março de 1950 como escolas municipal e somente em 30 de Agosto de 1972, passou a ser uma Escola Estadual, por determinação do então governador do estado de Mato Grosso. Durante as cinco décadas de funcionamento, a escola ofereceu apenas os quatro primeiros anos do ensino fundamental, e somente em 2002 implantou-se o então quinto ano.
A instituição, que funciona em dois turnos (diurno e vespertino),  conta hoje com um total de 14 funcionários para atender a demanda de 309 alunos matriculados no Ensino Fundamental. No período da manhã estão matriculados 154 alunos nas turmas de 1º a 5º ano. E no período das tarde 153 alunos do 1º ao 5º ano. A equipe é composta por 2 merendeiras , 7 funcionários que atuam na secretaria distribuídos em ambos os períodos, 5 auxiliares de limpeza, 1 diretora, 2 coordenadoras ( uma em cada turno), 14 professores distribuídos em número iguais nos período matutino e vespertino.
A instituição atende crianças da zona rural, vilas e bairros próximos à escola. A clientela da escola, quase na sua totalidade, é composta por alunos provenientes de famílias de baixa renda, muitas delas em situações de vulnerabilidade social, são filhos de trabalhadores rurais, domésticas, pedreiros, diaristas, garis, trabalhadores sem qualificação profissional, etc. Uma grande parcela das crianças também participam de programas sociais Federais, como Bolsa Escola, Bolsa Família, Segurança Alimentar, Agente Jovem, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, etc. A escola atende ainda alunos Portadores de Necessidades Especiais que estão inclusos nas diferentes turmas do ensino fundamental. Entre os alunos matriculados encontram-se algumas crianças indígenas originárias das aldeias existentes no município de Aquidauana.
Quanto à estrutura física a instituição está instalada em um prédio de construção muito antiga, onde durante décadas não passou por grandes reformas nem ampliações. Devido à necessidade de espaço físico, em 2011 o Estado locou uma residência em frente à escola para poder funcionar duas salas de aula. O prédio antigo possui quatro salas de aula, sala de direção, sala de coordenação, almoxarifado, sala de tecnologia, dispensa cozinha, seis banheiros para atender os alunos e dois para os professores e administradores, pátio coberto, quadra esportiva e áreas livres, não possui biblioteca.
                                                                                                                          
2.2. REGISTRO E ANÁLISE QUEIXA
Após uma análise e reflexão dos dados coletados durante as entrevistas com grupo integrante da instituição (diretora, coordenadora, professores e demais funcionários), observamos uma queixa comum entre os mesmos, a indisciplina dos alunos, a falta de motivação e de interesse pelas aulas e conteúdos ministrados e o pouco comprometimento da família no processo ensino/aprendizagem dos mesmos.
Segundo a administração da escola, devido a muitos alunos ser filhos de trabalhadores rurais (peões de fazenda) e precisarem ficar meses fora de casa, por morarem em fazendas, uma grande parcela dos alunos acabam sendo criados por avós, tios e outros. Muitos são provenientes de famílias desestruturadas, pais analfabetos o que conseqüentemente acabam acarretando muitos problemas, como por exemplo, o não comprometimento escolar, violência e indisciplina.
Devido a pouca idade das crianças muitas delas dependem de pais e/ou outras pessoas para os levarem à escola, como muitas vezes a família, por motivos variados ás vezes não podem levá-los os mesmos acabam faltando a muitas aulas, o que atrapalha o rendimento escolar do aluno.
2.3. REGISTRO DESCRITIVO DOS ENCONTROS REALIZADOS  
02 de Agosto de 2011
Autorização, junto à coordenação da escola, para dar início à realização do estágio em Psicopedagoga Institucional.
Inicialmente toda a equipe da instituição, foi bastante receptiva, colocando-se a disposição e abrindo as portas da escola para o nosso trabalho, embora notassem que a direção e a coordenação se mostravam bastante preocupada em serem avaliados.

04 de Agosto de 2011
Entrevista com a Coordenadora Pedagógica da Escola que se mostrou bastante receptiva e disposta a prestar informações acerca da equipe que compõe a instituição e sobre o funcionamento da escola.
Foi feito o reconhecimento do espaço físico através da observação dos diferentes ambientes. A escola funciona em dois prédios, o mais antigo, necessita de uma reforma e ampliação, possui quatro salas de aula, amplas, porém pouco ventiladas.  O prédio não possui biblioteca, a área externa é bastante ampla, com bastantes árvores, muitas delas frutíferas. Possui um parque infantil em situação de uso bem precária com vários brinquedos quebrados (balanço, escorregados, gangorra, etc.).  A escola não possui refeitório, as crianças pegam a merenda e retornam as salas de aula para se sentarem.
Na extensão (casa locada em frente à escola)  as salas de aula são pequenas para comportar o número de alunos, estes ficam muito próximos uns dos outros o que facilita o burburinho, a indisciplina e dificulta a locomoção entre as carteiras, uma das salas de aula funciona dentro da residência, em uma sala aberta, sem porta divisória e outra sala de aula na varanda da casa, onde as paredes foram divididas por maderite e uma parede improvisada com lona para fazer a divisão. Possui também banheiro e outras duas salas, mais devido ao pequeno espaço físico não comporta muitos alunos, portanto não funciona como salas de aulas apropriadas.  

05 de Agosto de 2011
Aplicação do questionário aos professores
Foi entregue um questionário aos professores para que os mesmos respondessem em casa e nos entregassem na próxima visita à escola. O questionário foi apresentado no horário do intervalo das aulas para que todos os docentes pudessem participar. Todos se mostraram interessados em responder o mesmo.

10 de Agosto de 2011 

Aplicação da dinâmica de grupo.
Aplicação da dinâmica com o corpo docente da Escola Estadual Coronel Antônio Trindade.
No dia 10 do referido mês, às dezessete horas, estivemos na escola à escola, onde fomos recebidos pela diretora Marina e coordenadoras Aparecida e Suely juntamente com os professores que de acordo com o calendário escolar se reuniram para realizarem o planejamento semanal.
Aproveitamos este momento para realizarmos a dinâmica “amigo oculto” onde os professores participaram com muito entusiasmo. No decorrer da dinâmica observamos que o jogo girava apenas entre alguns participantes, o que não prejudicou o objetivo esperado, que era observar o perfil do grupo, sem deixar transparecer essa observação e quebrar a resistência que há entre professores e estagiários.

12 de Agosto de 2011

Visita a algumas salas de aula 
Em visita a sala de aula do 2º ano, percebemos que os alunos são alegres e espontâneos uns com outros, falam o que pensam não tem medo de serem reprimidos e se relacionam muito bem entre si e com a professora. A sala de aula é apertada devido o grande número de alunos, um total de vinte e sete, a sala é decorada com  vários cartazes com o alfabeto e diversos textos.
 A professora nos apresentou um pequeno livro que os alunos estavam escrevendo sobre provérbios e está ficando muito bonito. O que nos chamou atenção foi às carteiras que não estavam enfileiradas e sim uma ao lado da outra, facilitando a ajuda de um colega ao outro em caso de dúvidas. A idade dos alunos é de 7 a 8 ano com exceção de um aluno que tem 14 anos e que não se enturma muito com os demais, apesar dos esforços da professora.
Acreditamos que no início a professora ficou um pouco apreensiva com a nossa presença, mas em nenhum momento perdeu o controle com a turma e a aula seguiu normalmente, inclusive ela desenvolveu um ditado com correção no quadro, tudo bem colorido com as letras cursivas e de forma, encerrando com uma leitura compartilhada. Durante a atividade, porém teve de chamar a atenção somente de um aluno que se mostrava muito dispersa.
Com base em nossa observação podemos citar Piletti (1996, p161) onde diz que certas qualidades do professor como, paciência, dedicação, vontade de ajudar e atitude democrática, facilitam a aprendizagem. Ao contrário do autoritarismo e a inimizade podem levar o aluno a desinteressar-se e não aprender.   

18 de Agosto de 2011
Realização da pesquisa a cerca do Projeto Político Pedagógico da Escola.
Com o objetivo de analisar o Projeto Político Pedagógico da instituição solicitamos o mesmo à direção e coordenação, onde prontamente nos forneceram o material e nos levou até uma sala para que pudéssemos fazer a análise do mesmo.  Após uma análise identificamos que: é um documento de duzentas páginas, contendo: Introdução; Histórico da escola; Dados de identificação; Apresentação; Caracterização da escola, da clientela e da comunidade que esta inserida; Perfil do corpo docente e técnico – administrativo; Gestão escolar e comunidade escolar; Estrutura curricular, funcionamento e regimento escolar; Organização e escrituração da vida escolar; Organização e utilização do espaço físico; Princípios norteadores; Fundamentos teóricos; Orientações pedagógicas para políticas específicas; A diversidade na escola; Educação especial; Educação das relações étnicas raciais, objetivas e metas da escola; Objetivos gerais do ensino fundamental; Objetivos gerais dos anos iniciais; Objetivos por áreas de conhecimento; Metodologia de ensino; Avaliação da aprendizagem; Recursos da escola, Projetos, Ações educativas a serem desenvolvidas para a família e para a comunidade; Avaliação institucional; Avaliação; Acompanhamento e controle da proposta pedagógica.
A escola deve ser mediadora entre o aluno e o aluno da cultura, cumprindo esse papel pelo processo de transmissão/assimilação crítica dos conhecimentos. A difusão de conhecimentos é o papel principal da escola.  A escola deve ser valorizada como instrumento que é para a apropriação do saber. A instituição escolar, portanto deve proporcionar aos  seus alunos  a ampliação das ampliações das oportunidades educacionais, a difusão dos conhecimentos e a reelaborarão crítica desconhecimentos.
O ensino deve ser visto como transmissão intencional e sistemática de conteúdos culturais e científicos, a partir do entendimento de cultura como expressão das contradições e lutas concretas da sociedade.
Os conteúdos de ensino devem ser conteúdos culturais universais incorporados pela humanidade, mas reavaliados face às realidades sócias.
O conhecimento resulta de trocas que se estabelecem na interação com o meio natural, social ou cultural e o sujeito.
O professor é o elemento do processo a quem cabe o papel de organizador da ação pedagógica que visa à produção  do conhecimento entendido como o estabelecimento da relação entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido; é o mediador e deve prover as condições em que os alunos e professores possam colaborar para progredir as trocas necessárias para o aprendizado. O esforço do professor em orientar e abrir novas perspectivas para seus alunos implica no envolvimento com o estilo de vida das crianças, tendo consciência dos contrastes entre seus alunos.
O professor deve disciplinar os métodos de estudos, e propor modelos e conteúdos compatíveis com experiências vividas por seus alunos. Deve ainda levar o aluno a acreditar nas suas possibilidades.
Numa perspectiva de educação crítica, direcionada para uma pedagogia social que privilegia uma educação de classe no rumo de um novo projeto de sociedade, a escola pública possui papel relevante e indispensável e para isso, é preciso sim, dar aulas, fazer planos, controlar a disciplina, manejara classe, dominar o conteúdo e tudo mais.
O aluno é um ser educável, sujeito ativo do próprio conhecimento, que deixa de ser um mero receptor de conhecimentos objetivos, transmitidos por alguém, para participar ativamente do processo de aprendizagem proposto e desta forma um agente transformador da sociedade.
A Escola Estadual Coronel Antônio Trindade, visa proporcionar à sua comunidade educativa uma vivência baseada em valores sociais tais como verdade, sensibilidade, autonomia, competência, socialização e respeito.

26 de Agosto de 2011
Devolutiva a Escola. Descrição no item 7 do trabalho. 

2.4. ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA MODALIDADE DE ENSINO-APRENDIZGEM (E.O.C.M.E.A.)  

O diagnóstico institucional tem como primeiro instrumento de pesquisa a E.O.C.M.E. A – Entrevista Operativa Centrada no Modelo de Ensino Aprendizagem ou E.O.C. A – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem – (VISCA, 1987 aput BARBOSA, 2001), que possibilita uma aproximação com objeto de estudo, bem como identificar os sintomas e formular as hipóteses sobre as causas que coexistem com os mesmos; Entrevista com os professores, diretor (a), coordenador (a); Observação e análise do sintoma através da temática, da dinâmica e da produção do sujeito e do grupo.
Dentre as atividades desenvolvidas durante a realização do estágio citamos a entrevista com os diferentes integrantes da instituição, a avaliação das características físicas e burocráticas da escola (regimento interno, ficha de alunos, currículo escolar); observação em sala de aula e recreio; entrevistas com alunos; aplicação de questionário aos discentes e aplicação de uma dinâmica de grupo com os mesmos.
Com base nas análises dos materiais/métodos aplicados através da aplicação da E.O.C.A., levantamos o nosso primeiro sistema de hipóteses que será detalhado a seguir, no informe psicopedagógico. Para isso fizemos um entrelaçamento dos materiais coletados para análise e as queixas apresentada pela instituição: a indisciplina dos alunos, a falta de motivação e de interesse pelas aulas e conteúdos ministrados e o pouco comprometimento da família no processo ensino/aprendizagem dos mesmos.

3. INFORME PSICOPEDAGÓGICO
À  Escola Estadual Coronel Antônio Trindade, Localizada a Rua Giovane Toscano de Brito, n 380, Vila Trindade, Aquidauana, MS.
 A queixa apresentada pela instituição refere-se à indisciplina por parte dos discentes, a falta de motivação e de interesse pelas aulas e conteúdos ministrados e o pouco comprometimento da família no processo ensino/aprendizagem dos mesmos.
Para a realização do diagnóstico institucional foram utilizados os seguintes instrumentos de pesquisa:
a.      Entrevista com alunos, professores, diretora, coordenação e demais funcionários.
b.      Observação dos alunos em sala de aula e recreio.
c.      Observação do convívio entre os funcionários e dos funcionários com os alunos.
d.      Análise do espaço físico da instituição.
e.      Análise do Projeto Político Pedagógico.
f.        Levantamento do perfil dos alunos e de suas famílias.
g.      Aplicação de questionário ao corpo docente da escola.
h.     Realização de dinâmica de grupo.
i.        Roda de conversação.
Através desses instrumentos de pesquisa foi possível levantar as seguintes hipóteses diagnósticas:
Grande parte das crianças que freqüentam a referida escola é proveniente de famílias de baixa renda, no qual muitas delas encontram-se desestruturadas. Essas famílias, por diversos motivos, vêm se eximindo de suas responsabilidades na educação tanto no que se diz respeito a conteúdos escolares, quanto a valores éticos e sociais de seus filhos, delegando assim a responsabilidade à escola. Já a escola encontra-se impotentes diante da indisciplina dos discentes, e diante de tal fato mostram-se desmotivados e pessimistas quanto ao futuro educacional dos mesmos.
Deste modo, para a solução deste problema há a necessidade da união/interação entre professores (instituição), alunos e familiares para que juntos encontrem o melhor caminho para a solução de problema e assim consigam desempenhar com êxito suas funções.
Diante da problemática, sugerimos algumas atividades para serem desenvolvias:
Reuniões e palestras ao corpo docente da instituição, buscando embasamento teórico sobre as questões em foco (indisciplina, violência, importância da família no processo ensino-aprendizagem, etc.);
Promover reuniões com os pais ou responsáveis de forma a envolvê-los no processo educativo de seus filhos, ouvindo críticas e sugestões para a melhoria desse processo e conscientizando-os da importância da família no sucesso escolar dos educando.
Promover palestras educativas sobre temas diversos (drogas, saúde, família, etc.) envolvendo diversos segmentos da sociedade (policiais, bombeiros, médicos, enfermeiros, psicólogos, psicopedagogos, etc.), muitos deles são lotados nas Secretarias de Educação e Saúde do Município.
Organizar momentos de lazer e descontração na escola para pais, alunos e funcionários da instituição, na forma de gincanas, concursos, jogos, etc.
Os procedimentos sugeridos deverão ser executados pelo corpo docente da instituição escolar. Contudo, a equipe Psicopedagógica responsável por esta coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos. 

           Atenciosamente,  
Denair Ottoboni Maciel de Castro
Aparecida de Sousa Santos
Débora Foltran Ishiyama Sanches

5. PARECER PSICOPEDAGÓGICO    
Com a elaboração do diagnóstico psicopedagógico institucional realizado na Escola Estadual Coronel Antônio Trindade, constatamos que não podemos relacionar o problema simplesmente com o aluno, pois, a aprendizagem não é um processo individual, ou seja, não depende só do esforço de quem aprende, mas sim de um processo coletivo.
É o que ainda nos mostra Fernández (2001) a importância da família, que por sua vez, também é responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais são os primeiros ensinastes e os mesmos determinam algumas modalidades de aprendizagem dos filhos.
Esta consideração também nos remete a relação professor-aluno, para essa mesma autora, “quando aprendemos, aprendemos com alguém, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar”. É no campo das relações que se estabelecem entre professor e o aluno que se criam às condições para o aprendizado, seja quais forem os objetos de conhecimentos trabalhados.

 Não existe ensinar sem aprender e com isto eu quero dizer mais do que diria se dissesse que o ato de ensinar exige a existência de quem ensina e de quem aprende. (FREIRE, 1993).

Essa necessidade da existência de quem ensina e de quem aprende é fator importantíssimo no processo educacional, pois é através dessa consciência que ambos, educador e aluno constroem vínculos indispensáveis para a aprendizagem. É inegável que o processo ensino-aprendizagem é um processo construído sócio internacionalmente, entre ensinante-aprendente-meio, a fim de que todos os componentes possam desfrutar do processo cognitivo, que é o processo de aprendizagem.

A interação entre o mestre e o estudante é essencial para a aprendizagem, e o mestre consegue essa sintonia, levando em consideração o conhecimento das crianças, fruto de seu meio. (FREINET, 2002)

A participação efetiva dos pais no processo de aprendizagem facilita a prática pedagógica dos professores. Isso evidencia a responsabilidade que a escola tem em incentivar e apoiar sem articulação família-escola. As duas instituições são responsáveis pela inserção do sujeito no contexto social, devendo torná-lo capaz de alcançar o conhecimento com autonomia e acompanhar as mudanças sociais, tecnológicas e econômicas.
A família, especialmente os pais, ocupa um importante papel na mudança do comportamento de seus filhos. Ela intervém no desenvolvimento humano do
indivíduo, na relação com o meio natural e social. O ideal é que se desenvolva um trabalho envolvendo a escola e família, numa relação recíproca, pois as influências dos dois meios são importantes para a formação de sujeitos.

6. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
A intervenção psicopedagógica representa um recurso importante, pois permite a aprendizagem e o desenvolvimento do sujeito, prevenindo assim possíveis dificuldades. Além disso, possibilita o desenvolvimento da aprendizagem de conteúdos escolares de forma lúdica e significativa.
Diante do resultado contido no Informe Psicopedagógico, se faz necessário uma reflexão a respeito dos problemas enfrentados pela instituição e uma análise para elaboramos uma proposta de intervenção que vise contribuir com o bom funcionamento da instituição.
A proposta de intervenção Psicopedagógica tem como objetivo promover junto a Instituição Escolar a transformação da realidade existente na realidade desejada. Para tanto, visa-se o despertar da necessidade de mudanças no sentido de fortalecer a educação com o desenvolvimento de um espírito crítico e participativo. Para que isso se efetive vamos propor aos docentes e demais funcionários momentos de reflexão acerca de suas possibilidades e limites. Sendo assim, o objetivo primordial concentra-se no desenvolvimento do educando e na efetivação da integração escola-família- comunidade.
Diante da queixa apresentada pela instituição referente à indisciplina por parte dos discentes e o pouco envolvimento da família no processo educacional de seus membros elaboramos uma proposta de intervenção objetivando assim a contribuir com o bom funcionamento da instituição.
Para tratar destas questões aqui expostas, propomos alguns trabalhos de intervenção psicopedagógica.
1. Trabalhar com projetos de oficinas psicopedagógicas de histórias, contos e casos da cultura popular, objetivando assim o fortalecimento da prática pedagógica dos professores, estimulando os alunos no processo de ensino-aprendizagem; reforçando a aprendizagem da oralidade, leitura e escrita e estabelecendo vínculos e estreitar laços afetivos;
2. Realizar oficinas pedagógicas onde serão feitos jogos pedagógicos com materiais de reciclagem;
3. Estabelecer um dia no mês (pode ser nas aulas de artes ou educação física) para a realização de gincanas com jogos pedagógicos.
4. Solicitar projetos pedagógicos junto aos acadêmico-estagiários de diferentes cursos junto a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, Campus de Aquidauana, assim como a Universidade Estadual – UEMS, Campus de Aquidauana, para que os mesmos realizem oficinas, projetos, palestras, etc. auxiliando assim a instituição escolar.
5. Solicitar junto às secretarias do município profissionais como médicos, dentistas, psicólogos, etc. para ministrarem palestras sobre diversos temas, de acordo com a necessidade dos alunos e da instituição.
4. Promover o fortalecimento do vínculo com a família e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola através de reuniões e palestras.
5. Organizar, em parceria com os alunos, as atividades curriculares e extracurriculares visando o despertar do interesse pelo convívio e aprendizado educacional, levando em consideração a realidade e o contexto social onde a criança encontra-se inserida. 

7. DEVOLUTIVA À ESCOLA  
Após a análise dos estudos e materiais por nós coletados, foi dada a devolutiva à direção e coordenação da instituição, onde foram prestados esclarecimentos a respeito das atividades a serem por eles desenvolvidas para o alcance da superação da dificuldade por eles relatada: Indisciplina dos alunos, a falta de motivação e de interesse pelas aulas e conteúdos ministrados e o pouco comprometimento da família no processo ensino/aprendizagem.
      
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Psicopedagogo é um profissional capacitado para atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, a fim de compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo a várias estratégias objetivando intervir na problemática que esteja atravancando o processo de ensino aprendizagem do indivíduo.
O presente trabalho colaborou para o nosso aprendizado a cerca da prática da psicopedagoga institucional. Portanto a realização deste trabalho nos forneceu uma base para perceber o funcionamento global da instituição e assim interferir de modo a auxiliar a união dos diferentes grupos que dela fazem parte oportunizando a realização de um trabalho mais eficaz.
Diante disso, percebe-se que essa participação dos pais é um grande desafio para aqueles que estão envolvidos com o processo educativo de crianças, adolescentes e jovens.   É preciso que a escola e a família busquem cada vez mais uma relação de parceria com compromisso, a fim de superar as dificuldades existentes nessa relação.  Assim, pensamos que na relação família/escola devem-se criar possibilidades para uma relação dialógica, crítica e libertadora a fim de se fazer mais visível a participação dos pais no espaço escolar.
O educador enquanto mediador do processo ensino-aprendizagem, bem como protagonista na resolução e estudo das dificuldades de aprendizagem deve obter orientações específicas para que desenvolva um trabalho consciente e que promova o sucesso de todos os envolvidos no processo















REFERÊNCIAS  

BARBOSA, Laura Monte S. A psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. Curitiba, Expoente, 2001.

FERNÁNDEZ, A. A Inteligência Aprisionada: Abordagem Psicopedagógica Clínica da Criança e sua Família. Editora Arte Médicas Sul LTDA. p.261. 1990.

FERNÁNDEZ, A. O Saber em jogo: a psicopedagoga propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: Artmed, 2001.

FREINET. C. Uma escola ativa e cooperativa. São Paulo. 2002. Disponível em http://www.novaescola.abril.com.br. Acesso em 30 set. 2004

OLIVEIRA, Maria Ângela Calderari. Psicopedagoga: a instituição educacional em foco. Curitiba: Ibipex, 2009. 

PAÍN Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre, Artes Médica, 1985

PIAGET, J. Formações Jogo e Sonho: Imagem Representação, Rio de Janeiro:

PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo: Ática, 1996. 
WEISS, M. L. Reflexões sobre o diagnóstico psicopedagógica. In: BOSSA, N.A. Psicopedagoga no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2000.











Nome: Amigo oculto
Faixa etária: a partir de 10 anos
Objetivo geral: Desenvolver o social do individuo e ajudá-la em sua integração     com o grupo.
Categoria: Sentado ou de pé
Material: recursos humanos e guloseima
Tempo: 15 a 20 minutos
Final: terminar quando todos forem contemplados.
Como desenvolver a dinâmica: Estabelece-se o número de participantes e seleciona-se o mesmo número de qualidades para serem abordadas durante a dinâmica. Poderão ser introduzidas algumas que achar relevante dentro da situação em que vive. A pretensão é que todos escolham uns aos outros durante a mesma, podendo acontecer de algum participante não ser escolhido.
O Presente: O organizador pode escolher como presente alguma guloseima como uma caixa de bombom com o mesmo número de participantes, ou outro que possa ser distribuído uniformemente no final da dinâmica. Este presente deve ser leve e de fácil manejo, pois irá passar de mão em mão. Tente embrulhá-lo bem atrativo com um papel bonito e brilhante para aumentar o interesse dos participantes em ganhá-lo.
Disposição e local: os participantes devem estar em roda ou descontraidamente próximos.

Início: O organizador com o presente nas mãos diz (exemplo): Caros amigos, eu gostaria de aproveitar este momento para satisfazer um desejo que há muito venho querendo fazer. Eu queria presentear uma pessoa muito especial que durante o ano foi uma grande amiga e companheira e quem eu amo muito. Abraça a pessoa e entrega o presente. Em seguida pede um pouquinho de silêncio e lê o parágrafo 1:

1. PARABÉNS!
*Você tem muita sorte. Foi premiado com este presente. Somente o amor e não o ódio é capaz de curar o mundo. Observe os amigos em torno e passe o presente que recebeu para quem você acha mais ALEGRE.
Ao repassar o presente, a pessoa que recebe deve ouvir o parágrafo 2 e assim por diante:
2. ALEGRIA! ALEGRIA!
Hoje é festa, pessoas como você transmitem otimismo e alto astral. Parabéns, com sua alegria passem o presente a quem acha mais INTELIGENTE.
3. A inteligência nos foi dada por Deus. Parabéns por ter encontrado espaço para demonstrar este talento, pois muitas pessoas são inteligentes e a sociedade, com seus bloqueios de desigualdade, impedem que eles desenvolvam sua própria inteligência. Mas o presente ainda não é seu. Passe-o a quem lhe transmite PAZ.
4. O mundo inteiro clama por paz e você gratuitamente transmite esta tão grande riqueza. Parabéns! Você está fazendo falta às grandes potências do mundo, responsáveis por tantos conflitos entre a humanidade. Com muita Paz, passe o presente a quem você considera AMIGO.
5. Diz uma música de Milton Nascimento, que "amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração". Parabéns por ser amigo, mas o presente. . . Ainda não é seu. Passe-o a quem você considera DINÂMICO.
6. Dinamismo é fortaleza, coragem, compromisso e irradia energia. Seja sempre agente multiplicador de boas idéias e boas ações em seu meio. Parabéns! Mas passe o presente a quem acha mais SOLIDÁRIO.
7. Parabéns! Você prova ser continuador e seguidor dos ensinamentos de CRISTO. Solidariedade é de grande valor. Olhe para os amigos e passe o presente a quem você considera ELEGANTE (bonito etc...).
8. Parabéns! Elegância (beleza, etc...) completa a criação humana e sua presença torna-se marcante, mas o presente ainda não será seu, passe-o a quem você acha mais SEXY.
9. Parabéns! A sensualidade torna a presença ainda mais marcante e atraente. Mas o presente não será seu. Passe-o a quem você acha mais OTIMISTA.
10. Otimista é aquele que sabe superar todos os obstáculos com alegria, esperando o melhor da vida e transmite aos outros a certeza de dias melhores. Parabéns por você ser uma pessoa otimista! É bom conviver com você, mas o presente ainda não será seu. Passe-o a quem você acha COMPETENTE.

11. Competentes são pessoas capazes de fazer bem todas as atividades a elas confiadas e em todos os empreendimentos são bem sucedidas, porque foram bem preparadas para a vida. Essas são pessoas competentes como você. Mas o presente ainda não é seu. Passe-o a quem você considera CARIDOSO.
12. A caridade é como diz São Paulo aos Coríntios: "ainda que eu falasse a língua dos anjos, se não tiver caridade sou como o bronze, que soa mesmo que conhecesse todos os mistérios, toda a ciência, mesmo que tomasse a fé para transportar montanhas, se não tiver caridade de nada valeria. A caridade é paciente, não busca seus próprios interesses e está sempre pronta a ajudar, a socorrer. Tudo desculpa tudo crê, tudo suporta tudo perdoa". Você que é assim tão perfeito na caridade, merece o presente. Mas mesmo assim, passe o presente a quem você acha PRESTATIVO.
13. Prestativo é aquele que serve a todos com boa vontade e está sempre pronto a qualquer sacrifício para servir. São pessoas agradáveis e todos se sentem bem em conviver. Você bem merece o presente. Mas ele ainda não é seu. Passe-o a quem você acha que é um ARTISTA.
14. Você que tem o dom da Arte e sabe transformar tudo, dando beleza, luz, vida, harmonia a tudo que toca. Sabe suavizar e dar alegria a tudo que faz. Admiramos você que é realmente um artista, mas o presente ainda não é seu. Passe-o a quem você acha que tem FÉ.
15. Fé é o dom que vem de Deus. Feliz de você que tem fé, pois com ela você suporta tudo, espera e confia porque sabe que Deus virá em socorro nas horas difíceis e poderá ser feliz. Diz o salmo 26 “O Senhor é a minha luz e minha salvação, de quem terei medo?" Se você acredita e espera tanto de Deus, sabe também esperar e ter fé nos homens e na vida e assim será feliz. Mas o presente não é seu, pois você não precisa dele. Passe-o a quem você acha que tem o espírito de LIDERANÇA.
16. Líderes são pessoas que sabem guiar, orientar e dirigir pessoas ou grupos, com capacidade, dinamismo e segurança. Junto de você que é líder sentimos seguros e confiamos em tudo o que você diz e resolve fazer. Confiamos muito em você, que é líder, mas o presente ainda não é seu. Passe-o a quem você acha mais JUSTO.
17. Justiça! Foi o que Cristo mais pediu para o seu povo e por isso foi crucificado. Mas não desanime. Ser justo é colaborar com a transformação de nossa sociedade. Mas já que você é muito justo, não vai querer o presente só para você. Abra e distribua com todos, desejando-lhes FELICIDADES!
E assim o presente é distribuído entre todos!







QUESTIONÁRIO PARA FUNCIONÁRIOS DA INSTITUIÇÃO      EDUCACIONAL.
Prezado senhor (a)
Somos estagiários do curso especializado em Psicopedagogia clinica e institucional e contamos com sua colaboração para o preenchimento deste questionário, pois suas informações e opiniões serão de grande valia para o nosso estagio.
Certos de sua colaboração desde já agradeceram.

ROTEIRO PARA A DIRETORA/COORDENADORA

1-Existe problemas na instituição, e quais são os maiores problemas enfrentados hoje?
___________________________________________________________
2-Quais as principais causas?
_______________________________________________________________
3-Como a escola trabalha essa questão?
_____________________________________________________________
4-Quais os profissionais que estão diretamente envolvidos para ministrar essas assessorias, reflexões ou capacitações aos educadores dessa unidade escolar?
______________________________________________________________
5-Como é a participação do aluno no projeto da escola?
_____________________________________________________________
6-Fale um pouco sobre os seguimentos escolares grêmio estudantil, associação de pais e mestre, colegiado escolar e p.p.
_____________________________________________________________

7-A escola tem alunos Portadores de necessidade especiais? Quantos?
______________________________________________________________
8-Em sua opinião qual é a causa da dificuldade de aprendizagem?
_______________________________________________________________
9-Você acredita que um psicopedagogo pode ajuda a unidade?
______________________________________________________________

 DIALOGO COM O PROFESSOR
1-A organização da escola oportuniza a preparação do professor para empenhar-se na formação do aluno?
_______________________________________________________________
2-Como a coordenação apóia o professor para que este efetive um trabalho pedagógico de qualidade?
_______________________________________________________________
3-Os professores apresentam sugestões para atividades pedagógicas que venham superar dificuldades do aluno ou enriquecimento dos conteúdos apresentados?
___________________________________________________________
4-A escola trabalha o currículo de forma interdisciplinar?
________________________________________________________
5-No casa de aluno não acompanhar o conteúdo, o que lhe é proposto para superar suas dificuldades?
________________________________________________________
6-O aluno, ao ingressar no ensino fundamental apresenta pré-requisito necessário para acompanhar o conteúdo?
_______________________________________________________________
7-O que a escola tem feito para quebrar as barreiras a fim de favorecer a inclusão e quais os recursos, matérias disponíveis para apoio?
_____________________________________________________________
8-Você acredita estar realizando sua meta, no ensino aprendizagem, ou tem algo que esta deixando a desejar?
_____________________________________________________________